Policiais civis, militares e penais protestam contra Tarcísio e Derrite por melhores salários e condições de trabalho

 

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Entidades que representam policiais civis, militares e penais realizaram nesta terça-feira (18) uma manifestação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e seu secretário de Segurança Pública licenciado, Guilherme Derrite (PP). O ato ocorreu no Largo São Francisco, no centro, em frente à Faculdade de Direito da USP e próximo ao prédio da Secretária da Segurança Pública.

Vitrine da atual gestão, a segurança pública tem sua política de recursos humanos contestada por uma série de sindicatos, tanto em relação a condições de trabalho quanto à remuneração dos servidores, entre outras demandas, como previdência, plano de carreira e melhores sistemas de atendimento de saúde.

– Nossa principal meta é obter ajuste salarial. No nosso caso, a lei orgânica nova ficou horrível. Nós temos trechos para arrumar. Temos de receber o bônus que está atrasado, além da recomposição salarial de 14%, relativa ao aumento para todas as polícias em 2023. Para a nossa categoria, a Polícia Penal, o governador e o secretário estão devendo muito – afirma Fábio César Ferreira, presidente do Sindicato dos Policiais Penais de São Paulo.

Um dos organizadores do evento, o delegado André Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, diz que conseguiu negociar um encontro entre as partes antes que a manifestação ocorresse., o que teria afetado uma maior adesão dos policiais civis ao ato.

– Nós seremos recebidos pelo governador do estado de São Paulo na próxima segunda-feira. Agora, a partir do momento em que a gente tem um canal de diálogo aberto, vamos modular o nosso discurso e buscar esse canal de diálogo para ter resultado. O que a gente precisa aqui é gestão e resultado. Só isso – ressalta Pereira, que subiu em um caminhão de som para dar o recado aos manifestantes.

No momento em que discursava, o delegado registrou a presença do deputado federal Mario Palumbo, conhecido como Delegado Palumbo (MDB), e do estadual Reis (PT), que foram impedidos de discursar. Ao pé do carro de som, ambos criticaram a decisão de André Pereira, que foi corroborada por outros dirigentes sindicais.

– Por que estão querendo calar a gente? – questionou Palumbo.

Reis também protestou: – Esse é um ato das categorias e nós as representamos – disse o parlamentar do Partido dos Trabalhadores.

Na sequência, o delegado André Pereira, em tom mais elevado, voltou a negar acesso ao microfone.

– Eu peço o respeito de vocês com a categoria. Estou tentando explicar e vocês estão gritando aqui. E vossa Excelência (referindo-se a Palumbo), quando faz os eventos lá na Assembleia Legislativa (Alesp), nós respeitamos. Então respeite a rua, respeite a voz dos policiais que estão aqui presentes. O senhor fez o evento lá na Alesp e não nos deu voz. Então nós estamos aqui realizando um protesto democrático que foi deliberado pelas lideranças ali naquela sala. E eu vou terminar, explicar e encerrar – disse Pereira, pouco antes de desligar o microfone.

Nenhum dos dois deputados discursou. Em nota, o governo do Estado afirmou que haverá uma reunião entre as partes, mas não confirmou a presença do governador.

"Representantes da categoria foram recebidos nesta terça-feira (18) pelo secretário de Segurança Pública em exercício, Osvaldo Nico Gonçalves, e pelo delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian. Durante a reunião, o grupo apresentou suas principais demandas e o governo reiterou seu compromisso com a transparência e com a valorização e a recomposição dos efetivos das forças de segurança do Estado. Um novo encontro foi agendado para a próxima semana"., diz o informe.