Polícia da Nigéria encontra mais de 100 corpos em suspeita de tráfico de órgãos envolvendo hotel e necrotério
Uma operação policial na Nigéria no fim de semana revelou mais de 100 cadáveres em decomposição e mutilados, o que levantou suspeitas de tráfico de órgãos. O possível crime agora é investigado. Um hotel e um necrotério particular foram fechados e, supostamente, pertencentes a um suspeito de sequestro.
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A ação, realizada pela polícia do estado de Imo, foi na comunidade autônoma de Umuhu, no distrito de Ngor-Okpala. O principal suspeito está foragido, segundo o porta-voz da polícia de Imo, Henry Okoye, disse à Reuters. Agentes estiveram novamente na casa dele, onde foram coletadas provas adicionais.
— Peritos forenses obtiveram provas... e todos os cúmplices serão levados à justiça — afirmou Henry Okoye.
No sábado, dia em que as as dezenas de corpos foram descobertos, o Comissário de Polícia do Estado de Imo, Aboki Danjuma, falou sobre as equipes de polícia e do governo terem sido surpreendidas pela cena que encontraram nas instalações. O necrotério particular atuava de forma ilegal, e foi descoberto por uma denúncia.
— Quando visitamos o local, vimos cadáveres espalhados, cadáveres mutilados, por toda parte. O que vimos, os cadáveres que descobrimos, somam mais de cem. E o dono do necrotério está foragido — disse Aboki Danjuma à imprensa, destacou o jornal local Premium Times.
Neste local, ainda segundo o comissário de polícia, é que seriam feitas as extrações de órgãos para tráfico. Ainda de acordo com a publicação nigeriana, Danjuma pediu que as famílias que tenham desaparecidos se apresentem para reconhecer as corpos encontrados nos dois estabelecimentos.
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Segundo a Comissária de Saúde do Estado de Imo, Chioma Egu, o necrotério estava funcionando sem autorização do governo estadual. De acordo com as autoridades, o espaço não tinha estrutura para este tipo de operação e, sem acondicionamento correto, os corpos estavam em estado de decomposição avançado.
— Consultamos nossos registros e não encontramos nenhum registro deste local ou de qualquer estabelecimento atualizado no Ministério da Saúde — disse ela à imprensa, relatou o Premium Times.
— Não há qualquer nível de preservação dos cadáveres. Há muitas evidências de mutilação — disse Okechukwu Ibeaja, patologista-chefe do Hospital Especializado do Estado de Imo.
O governo prevê que os corpos que não forem reconhecidos e reclamados pelas famílias sejam sepultados em um enterro coletivo. As instalações interditadas também devem ser demolidas.
Também estiveram presentes na operação o secretário de saúde de Imo, um patologista, autoridades locais e vigilantes que atuavam em conjunto com a polícia, destacou a Reuters.
