Planalto tenta ganhar tempo diante de resistências no Senado ao nome de Messias para o STF
Mas Alcolumbre age para manter sabatina no dia 10 de dezembro; Lula ainda pretende conversar com o presidente do Congresso. O Planalto tenta, ao máximo, segurar o envio da mensagem presidencial ao Senado que oficializa a indicação de Jorge Messias ao cargo de ministro do STF e indica que não deve fazer isso até a próxima semana. A estratégia é adiar a sabatina e, consequentemente, a votação ao nome dele: uma forma de ajudar o Advogado-Geral da União a ganhar tempo nas visitas que faz aos senadores para tentar conseguir os 41 votos necessários para ter o nome aprovado.
Mas se, de um lado, o governo age para adiar a votação, de outro o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, trabalha para manter a sabatina no dia 10 de dezembro: uma forma de manter as resistências a Lula, já que Alcolumbre se irritou por não ter sido avisado da indicação de Messias.
No périplo que tem feito no Senado, Messias tem dito aos parlamentares que não pode ser prejudicado pela dificuldade que se estabeleceu entre Alcolumbre e o governo e, nas conversas, tem reforçado o fato de ser evangélico e "temente à Deus". O advogado-geral da União tem utilizado de todos os momentos para fazer o tal "beija-mão" e chegou a conversar com o senador, Ângelo Coronel, do PSD, no estacionamento do Senado. Mas Messias ainda não conseguiu um espaço para conversar com Alcolumbre. À imprensa, ele disse que vai fazer um esforço para falar com todos os 81 senadores "de coração aberto".
O líder do governo no Senado, o senador Randolfe Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira que a próxima semana vai ser decisiva e que, antes de enviar a mensagem presidencial ao Senado, Lula quer falar com Alcolumbre.
O senador Weverton Rocha, escolhido relator da indicação de Messias, disse que vai “recolocar o pino na granada”, em referência a desarmar as resistências ao indicado.
Os cálculos indicam que, até agora, Messias tem apoio do PT e de parte da base governista, como MDB, PDT e PDT, o que não é suficiente para ter o nome aprovado. Por isso, o foco é tentar ampliar o apoio e contar com partidos como PSD e União Brasil.
