PL filia secretário 'preferido' de Castro para mandato-tampão, mas aguarda Flávio para confirmar candidatura

 

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Com a provável renúncia do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, nos primeiros meses de 2026 para poder disputar o Senado, o PL filiou o secretário da Casa Civil fluminense, Nicola Miccione. Ele é o nome preferido de Castro para ser o candidato da sigla em uma possível eleição indireta na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) para um mandato-tampão, caso o chefe do Executivo deixe o cargo. O martelo sobre o representante escolhido, no entanto, ainda não foi batido pelo alto escalão da legenda. Os dirigentes aguardam reuniões sobre o tema e um posicionamento do senador e pré-candidato à Presidência Flávio Bolsonaro.

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— O Nicola (Miccione) é muito preparado, mas vamos conversar com o senador Flavio Bolsonaro, com governador Cláudio Castro e ouvir nosso partido (antes de uma definição) — afirma Altineu Cortês, líder do PL.

Um encontro dos líderes da legenda com o senador para discutir o tema deve ocorrer ainda no início de 2026. A legislação eleitoral estabelece que, caso deseje ser candidato ao Legislativo, Castro deve deixar o Palácio Guanabara até abril.

O pleito indireto ocorreria pelo fato de o Rio estar desde maio sem um vice-governador, após Thiago Pampolha optar por renunciar o cargo para assumir uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Já o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar — que seria o segundo na sucessão — foi preso neste mês pela Polícia Federal (PF). Ele é suspeito de vazar dados sobre uma operação dos agentes contra o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias.

Bacellar foi posteriormente solto, mas permanece afastado do cargo enquanto durarem as investigações e teve o uso de tornozeleira eletrônica determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Aliados de Castro entendem que o novo presidente da Alerj, Guilherme Delaroli (PL), não poderia assumir o governo por ser interino.

Como antecipou a colunista do GLOBO Malu Gaspar, o governador já iniciou a campanha por Miccione nos bastidores. O aliado é visto por Castro como um homem de confiança, sem ambições políticas, que poderia ter o apoio de mais legendas e ficar no governo até o fim.

A legislação do Rio determina que, caso a posição de governador fique vaga a partir da segunda metade do mandato, o governo é assumido pelo presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Ricardo Couto de Castro. Ele teria, então, trinta dias para realizar a eleição indireta na Alerj para definir quem ocupará o cargo até a posse do próximo governador.

A possível escolha de Miccione também beneficiaria o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que deve ser candidato ao Guanabara no próximo ano e enfrentaria um concorrente direto sem comando da máquina. Neste cenário, Paes ganharia fôlego para tentar ampliar apoios em regiões com maior fragilidade eleitoral, como na Baixada Fluminense e no interior do estado.