PF investiga supostos desvios em emendas e cumpre busca e apreensão em endereços ligados a deputado federal Dal Barreto

 

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A Polícia Federal realizou nesta terça-feira a sexta fase da Operação Overclean, que apura desvios de recursos de emendas parlamentares e fraudes em licitações. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na Bahia e em Brasília, e um dos alvos foi o deputado federal Dal Barreto (União-BA).

As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal.

A última fase da Overclean ocorreu em julho deste ano. Na ocasião, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas e o irmão do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), Elmo Nascimento, prefeito de Campo Formoso (BA), foi um dos alvos. O parlamentar não foi alvo.

O primo de Elmar, Francisco Manoel do Nascimento Neto, conhecido como Francisquinho Nascimento (União Brasil), que foi eleito vereador de Campo Formoso no ano passado, também foi alvo na época. Em outra fase da operação, em dezembro do ano passado, ele lançou uma sacola com R$ 220.150 pela janela minutos antes de ser preso pela PF.

Em abril, a PF realizou outra fase da operação e estimou que a organização suspeita de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos tenha movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas. Na época, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Salvador na casa do empresário José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo".

A Overclean teve início para apurar desvio de recursos de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e mirou na atuação de Moura junto a políticos para destravar negócios públicos. A organização é suspeita de atuar com pagamento de propina a agentes públicos para conseguir contratos em todo o país.

Conhecido como "Rei do Lixo" devido aos contratos firmados na área de limpeza urbana na Bahia, José Marcos de Moura foi um dos presos preventivamente junto com outras 16 pessoas na primeira fase da Operação, mas depois foi solto por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Segundo a polícia, ele atuou como “articulador político e operador de influência” na organização.