PF desmonta esquema bilionário de exploração ilegal de minério e corrupção em órgãos ambientais

 

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Operação cumpre 22 mandados de prisão e bloqueia R$ 1,5 bilhão em ativos; servidores são afastados por suspeita de receber propina em troca de licenças fraudulentas A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (17) uma operação para desarticular uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro. Estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 79 mandados de busca e apreensão. A PF também solicitou o afastamento de servidores públicos, o bloqueio de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades das pessoas jurídicas envolvidas.

O grupo investigado teria subornado servidores públicos em diferentes órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle nas áreas ambiental e de mineração, com o objetivo de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram utilizadas para explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, inclusive em locais tombados e próximos a áreas de preservação, provocando graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos.

Crimes com órgãos de fiscalização

O inquérito, aberto em 2020, aponta que foram oferecidos valores a integrantes de órgãos como a Agência Nacional de Mineração, o IPHAN, a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros. Além dos pedidos de prisão de empresários, a Justiça Federal determinou o afastamento de servidores públicos.

Segundo a investigação, mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina a agentes públicos. Alguns dos alvos são suspeitos de receber uma espécie de mesada para favorecer os interesses da organização criminosa.

A Polícia Federal identificou projetos em andamento vinculados ao grupo investigado com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

Responsabilização pelos crimes

Os suspeitos poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço à investigação de organização criminosa.

Além da PF, também participam da operação a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Receita Federal.

A CBN procurou a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o IPHAN e a Agência Nacional de Mineração. A reportagem aguarda um posicionamento.