PF amanhece sem movimento de apoiadores de Bolsonaro no dia seguinte à prisão determinada por Moraes

 

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A manhã deste domingo, segundo dia do ex-presidente Jair Bolsonaro detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, foi marcada pela calmaria após a intensa movimentação no sábado. Um grupo pequeno de apoiadores de Bolsonaro, com cinco pessoas, está no local.

Até as primeiras horas do dia, o único fluxo registrado foi de um veículo que entregou medicamento na unidade.

Apesar de algumas buzinas esporádicas de carros e motos, não houve concentração significativa de apoiadores ou qualquer manifestação organizada. Bolsonaro chegou à sede da PF antes das 7h da manhã de sábado, após ter a prisão preventiva decretada. Logo após a prisão, o movimento na PF foi mais expressivo, reunindo apoiadores e opositores de Bolsonaro.

Hoje, o ex-presidente participará de audiência de custódia às 12h, por videoconferência, diretamente da Superintendência da PF. O procedimento é obrigatório após qualquer prisão — inclusive as decretadas pelo STF — e tem como finalidade verificar se a detenção foi conduzida dentro da legalidade e se o preso teve seus direitos fundamentais respeitados. A audiência não discute o mérito da investigação nem revê a decisão que levou à prisão preventiva.

Poucos apoiadores de Bolsonaro estão na PF na manhã de domingo

Bruna Lessa

Bolsonaro foi preso preventivamente por tentar violar a tornozeleira eletrônica. Em um vídeo gravado pela funcionária do governo do Distrito Federal que foi ao local verificar o que havia ocorrido, após um alerta na central de monitoramento, o ex-presidente admitiu que usou um ferro de solda na tentativa de abrir o equipamento.

A prisão não está relacionada com a condenação a 27 anos e três meses na trama golpista, caso que ainda não transitou em julgado, ou seja, em que os prazos para recursos estão abertos.

Confusão encerra vigília convocada por Flávio Bolsonaro

Na noite de sábado, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde o ex-presidente estava antes de ser levado à PF terminou em tumulto. O encontro, que reuniu cerca de cem apoiadores para rezar “pela saúde e pela liberdade” de Bolsonaro, começou por volta das 20h em uma rotatória que dá acesso à rua do condomínio.

Pastor discursa a favor da prisão de Bolsonaro e é agredido

O clima mudou quando Ismael Lopes, de 34 anos, que se apresentou inicialmente como pastor, pediu para discursar. Chama ao microfone pelo próprio Flávio Bolsonaro, Lopes leu uma passagem bíblica que dizia que “quem cava covas por elas será engolido”. Em seguida, defendeu a condenação de Bolsonaro por sua atuação durante a pandemia de Covid-19, que deixou 700 mil mortos no país.

A fala provocou revolta entre os presentes. Lopes foi perseguido e agredido por simpatizantes do ex-presidente, recebendo socos e pontapés. Uma das mangas de sua camisa foi rasgada. A Polícia Militar precisou intervir com spray de pimenta e escoltou o homem até o um carro de aplicativo.

Flávio Bolsonaro tentou pedir calma e que não agredissem o homem, mas foi ignorado. Após a confusão os organizadores encerraram o evento. Além de Flávio e de seu irmão Carlos Bolsonaro, estavam presentes os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Izalci Lucas (PL-DF), além dos deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF).