PF abre inquérito para investigar ameaça do Comando Vermelho à subestação de energia do Pará
A Subestação Marituba tem papel estratégico na COP30. Ela é considerada a infraestrutura crítica do Sistema Interligado Nacional, cujo eventual falha compromete redes de abastecimento e comunicação. O governo federal investiga ameaças feitas a trabalhadores e à operação da Subestação Marituba, no Pará, uma das principais estruturas elétricas da região de Belém. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, um relatório de inteligência foi encaminhado às Forças de Segurança do estado, à Polícia Federal, à Agência Brasileira de Inteligência e ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
De acordo com a pasta, as ameaças foram comunicadas pela empresa administradora do contrato da subestação, a Verene Energia S.A. A companhia relatou que, no dia 30 de outubro, um homem que se identificou como integrante da facção criminosa Comando Vermelho exigiu a suspensão imediata da obra de expansão e a interrupção diária de todas as atividades a partir das três da tarde. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, relatou que a corporação recebeu alerta e instaurou o inquérito na última terça-feira (4).
A Subestação Marituba tem papel estratégico na COP30. Ela é considerada a infraestrutura crítica do Sistema Interligado Nacional. Uma eventual falha compromete redes de abastecimento e comunicação. O Ministério de Minas e Energia também foi acionado pela empresa de energia e a pasta pediu ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência para reportar a proteção da subestação.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará informou que a denúncia sobre a ameaça chegou há uma semana e ressaltou que as obras da subestação não estão paralisadas e seguem normalmente. O secretário da pasta, Ualame Machado, falou sobre essa situação:
"Então, o próprio crime sabe que as polícias do Pará estão preparadas. Claro que nós monitoramos qualquer movimento diferente na situação. O time de inteligência está acionado.O subsistema de inteligência pública do Pará, que é a reunião de toda a inteligência dos órgãos de segurança pública do Pará, reúne diuturnamente para que a gente possa trocar informação, analisar. Então, qualquer movimento diferente a gente detecta e consegue, claro, alertar a nossa tropa, preparar um policiamento, preparar uma grande operação e, assim, proteger a população do Pará. A gente não está preparado para possíveis retaliações. Está preparado para o que vier. Pode não vir. Se quiserem fazer, a gente está preparado também, mas também ela pode não ocorrer. Isso é uma incógnita que somente a inteligência nos aponta e a gente tem um planejamento próprio para cada tipo de situação".
A Secretaria de Segurança Pública informou ainda que a Polícia Militar do Pará atua com rondas de policiamento no local e a Polícia Civil, por sua vez, também já instaurou um inquérito para investigar o fato.
