Petroleiro venezuelano perseguido pelos EUA desde domingo estaria em direção à África do Sul

 

Fonte:


Após duas apreensões de navios petroleiros ligados à Venezuela, a Guarda Costeira dos Estados Unidos tenta desde domingo apreender uma terceira embarcação identificada como Bella 1, que navegava na costa do país latino. Agora, o portal TankerTrackers indicou que o navio estaria se dirigindo para sudeste, em direção à África do Sul. O presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu na segunda-feira que o alvo de buscas está em movimento e prometeu que os americanos "acabariam o capturando".

Interceptações, fugas e sanções: o que se sabe sobre a ofensiva dos EUA contra petroleiros ligados à Venezuela

Contexto: Após interceptar petroleiro no sábado, EUA tentam abordar outro navio na costa da Venezuela

Em publicação no X, o TankerTrackers afirmou que o Bella 1 está “em trânsito há 39 dias” e, a uma velocidade média de 11 nós, pode ter “mais 28 a 35 dias de combustível restante, a menos que sua velocidade diminua”.

Segundo relatos na imprensa americana, o navio, que trafegava sob bandeira do Panamá e seguia para o porto venezuelano, está incluído na lista de sanções dos EUA. A escalada de apreensões sugere uma ampliação do bloqueio naval imposto pela Casa Branca há alguns dias e integra mais uma frente da campanha de Washington para pressionar o regime de Caracas, chefiado por Nicolás Maduro.

Initial plugin text

Dados de rastreamento de navios mostraram que o Bella 1 estava a caminho para carregar petróleo bruto venezuelano e não transportava carga. O navio está sob sanções dos EUA desde o ano passado por transportar petróleo iraniano, que, segundo as autoridades, foi usado para financiar o terrorismo. Ele ainda não havia entrado em águas venezuelanas e não estava sob escolta naval. A carga que ele deveria pegar havia sido comprada pelo empresário panamenho Ramón Carretero, sancionado pelos EUA por ligações com a família Maduro, de acordo com dados da empresa estatal de petróleo da Venezuela, a PDVSA.

As forças americanas aproximaram-se do Bella 1 no final do sábado. Mas este recusou-se a ser abordado, virando em vez disso e criando o que um oficial americano descreveu como “uma perseguição ativa”.

Imagens de satélite e dados de rastreamento de navios confirmaram que o petroleiro Skipper — o primeiro navio apreendido pelos EUA por supostamente transportar petróleo sancionado da Venezuela — está agora ao largo da costa do Texas. O satélite da Vantor registrou em 21 de dezembro que o petroleiro está perto de Galveston, enquanto os dados de rastreamento de navios AIS da MarineTraffic colocam atualmente o Skipper a cerca de 80 km (50 milhas) da costa.

O Skipper foi apreendido pelas autoridades americanas em 10 de dezembro e foi sancionado por vários governos. No momento da apreensão, ele navegava falsamente sob a bandeira da Guiana. A apreensão foi seguida pela interceptação de um segundo petroleiro, o Centuries. Ao contrário do Skipper, ele não estava sob sanções quando foi levado sob custódia dos EUA.

Petróleo na mira de Trump

Trump afirmou que o seu governo pretende manter para si — ou eventualmente vender — o petróleo bruto encontrado em petroleiros apreendidos recentemente ao largo da Venezuela, assim como as próprias embarcações. A declaração foi feita na segunda-feira, na Flórida, em meio à intensificação da pressão americana sobre Maduro. Segundo o republicano, o destino do óleo ainda está em avaliação: ele disse que o material pode ser comercializado, mantido sob controle dos EUA ou até incorporado às reservas estratégicas do país, acrescentando que os navios também permanecerão apreendidos.

Fuzileiro naval americano acompanha de helicóptero mobilização no Mar do Caribe

Staff Sgt. Brett Norman/ US MARINE CORPS/ AFP

A Casa Branca sustenta que o regime venezuelano utiliza receitas do setor petrolífero para financiar crimes ligados ao tráfico de drogas. Caracas, por sua vez, reagiu às acusações, classificando as apreensões como atos de “pirataria”. Neste mês, forças americanas já confiscaram dois petroleiros, incluindo uma embarcação interceptada no último sábado, segundo autoridades dos EUA.

Trump 2.0: Insatisfação geral com economia nos EUA levará Trump a focar em lei e ordem no próximo ano, preveem analistas

Trump também comentou a perseguição em curso a um terceiro navio-tanque, descrito pela Guarda Costeira americana como parte de uma “frota fantasma” venezuelana, supostamente usada para driblar sanções impostas por Washington.

— Ele está em movimento, e nós vamos acabar capturando — garantiu o presidente.

Em outro episódio divulgado separadamente na segunda-feira, o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA informou ter realizado um ataque, em águas internacionais no Pacífico oriental, contra o que classificou como uma embarcação suspeita de envolvimento com tráfico. De acordo com os militares, uma pessoa morreu na operação.

(Com New York Times)