Pesquisa do IBGE: número de mortes no Brasil cresce de 2023 para 2024; quase 7% por causas não naturais

 

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O Brasil registrou um aumento de 4,6% no número de mortes entre 2023 e 2024, segundo as Estatísticas do Registro Civil divulgadas pelo IBGE, divulgado nesta quarta-feira (10). No total, 1.495.386 óbitos ocorridos em 2024 foram contabilizados nos cartórios até o primeiro trimestre deste ano, o que representa 65.811 registros a mais do que no ano anterior. O levantamento aponta que 90,9% dos falecimentos tiveram causas naturais, 6,9% foram classificados como causas externas, como homicídios, acidentes e suicídios, e, em 2,2% dos casos, não foi possível determinar a natureza da morte.

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Os dados mostram que o crescimento das mortes ocorreu em todas as regiões e em 26 unidades da Federação, com destaque para o Sul (7,4%) e o Centro-Oeste (6,2%). Entre os estados, o Distrito Federal lidera o avanço, com 11,6%, seguido por Rio Grande do Sul (7,6%), Santa Catarina e Goiás (ambos com 7,5%) e Paraná (7,0%). O Norte teve a menor expansão, de 3,2%. A maior parte dos óbitos ocorreu em hospitais (74%), enquanto 19,7% foram registrados em domicílios e 3,2% em via pública.

Pessoas com 60 anos ou mais representaram 71,7% dos óbitos registrados, 1.069.981 mortes, sendo 471.588 entre indivíduos com 80 anos ou mais. Em relação a 2023, houve aumentos de 5,6% e 6%, respectivamente, nessas faixas etárias. As maiores altas entre idosos se concentram novamente no Sul e no Centro-Oeste, regiões que também registraram crescimento populacional expressivo entre os mais velhos.

A sobremortalidade masculina — fenômeno estatístico onde homens têm uma probabilidade significativamente maior de morrer do que mulheres — continua marcante. Em 2024, 815.608 homens morreram, contra 678.372 mulheres, um aumento de 4,2% e 5%, respectivamente. Entre jovens de 20 a 24 anos, as mortes naturais de homens foram duas vezes maiores; já nas idades mais avançadas, esse padrão se inverte, refletindo a maior longevidade feminina, cuja expectativa de vida ao nascer (79,9 anos) supera em seis anos a masculina (73,3 anos).

Causas externas continuam afetando sobretudo os homens. Em 2024, foram registradas 85.244 mortes masculinas por razões não naturais, 4,7 vezes mais do que entre mulheres. Entre jovens de 15 a 29 anos, essa discrepância chega a 7,7 vezes.