Parlamentares querem abrir CPI para investigar reunião de Moraes com Galípolo sobre Banco Master

 

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Desgastado no caso do Banco Master, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, confirmou que se encontrou com o presidente do Banco Central, mas para tratar exclusivamente dos efeitos da aplicação da Lei Magnistky e não mencionou o caso do banco. Logo depois, o BC também divulgou uma nota e disse que o encontro foi para tratar das sanções americanas contra o ministro. Moraes e Galípolo, no entanto, não mencionam as ligações telefônicas.

O encontro entre os dois foi revelado pela colunista do O Globo e da CBN, Malu Gaspar, e mostrou de que o ministro do STF fez quatro contatos com o presidente do BC Banco Central para interceder pela aprovação da negociação de compra do Master pelo BRB, que foi liquidado pelo BC diante de suspeitas de fraude. Ao menos três dos contatos foram por telefone, mas pelo menos uma vez houve um encontro presencial.

O próprio jornal O Globo revelou que o escritório de advocacia da mulher do ministro, a advogada Viviane Barci de Moraes, foi contratado por R$ 129 milhões para defender o Master.

Ao se manifestar pela primeira vez sobre o caso, ministro afirmou que teve encontros semelhantes com dirigentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e dirigentes das principais instituições financeiras do país para tratar "sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito". Moraes e a mulher chegaram a ser alvo de sanções financeiras que, em novembro, acabaram revogada pelo governo dos Estados Unidos.

Sede do Banco Master, em São Paulo

Reprodução / TV Globo

No Congresso, parlamentares se movimentam para instalar uma CPI para investigar Alexandre de Moraes. O senador Alessandro Vieira, do MDB, disse que vai coletar assinaturas após o recesso parlamentar.

A senadora Damares Alves, do Republicanos, protocolou queixa-crime à Procuradoria-Geral da República com um pedido de impeachment e um convite para Moraes se explicar a uma comissão do Senado. Para ela, ministro pode ter cometido o crime de advocacia administrativa.

A apuração da colunista Malu Gaspar revelou que em um dos contatos Moraes teria pedido que o Banco Central aprovasse o negócio, a compra do Master pelo BRB. Na ocasião, a venda havia sido anunciada em março, mas estava pendente de autorização do BC. Galípolo teria dito a Moraes que os técnicos tinham descoberto as fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. O ministro, então, teria reconhecido que, se a fraude ficasse comprovada, o negócio não teria como ser aprovado.