Os números que explicam a Fórmula 1 em 2025: hegemonia da McLaren, boom financeiro e uma categoria em transformação

 

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A Fórmula 1 encerrou a temporada de 2025 celebrando um ano que ficará entre os mais significativos da história recente. A McLaren, com Lando Norris e Oscar Piastri, garantiu o título de construtores ainda em outubro e recolocou a equipe no topo do esporte, enquanto o calendário de 24 GPs e seis sprints confirmou a expansão global e comercial da categoria.

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No 75º aniversário da F1, dados financeiros e esportivos ajudam a explicar a força do campeonato em um momento que antecede mudanças estruturais profundas em 2026. A seguir, os principais números — todos convertidos para reais, com dólar a R$ 5,42.

A categoria manteve em 2025 suas dez equipes, mas o cenário mudará no próximo ano com a chegada da Cadillac, após pagamento de R$ 2,44 bilhões (US$ 450 milhões) às equipes existentes. Será a primeira expansão do grid desde 2016 e um dos movimentos mais relevantes dos últimos anos, em meio a uma temporada realizada em 21 países e com pilotos de 14 nacionalidades, número que subirá para 15 em 2026.

A explosão do valor das equipes

A McLaren protagonizou um dos crescimentos mais impressionantes do esporte ao multiplicar, segundo a revista Forbes, seu valor em 500% desde 2020, quando a MSP Sports Capital comprou uma fatia por R$ 4,06 bilhões (US$ 750 milhões). Em 2025, essa participação foi vendida a um valuation de R$ 24,39 bilhões (US$ 4,5 bilhões). A Haas, antes uma das menos valorizadas da categoria, hoje vale R$ 8,13 bilhões (US$ 1,5 bilhão), enquanto a média das equipes já alcança R$ 19,51 bilhões (US$ 3,6 bilhões).

A Ferrari segue como líder absoluta, avaliada em R$ 35,23 bilhões (US$ 6,5 bilhões), superando gigantes de NFL, NBA e quase todos os clubes do futebol europeu.

A popularidade da F1 seguiu em ascensão, com uma base global de 827 milhões de fãs, alta de 12% em relação ao ano anterior. Nos Estados Unidos, as corridas tiveram média de 1,3 milhão de espectadores, número que antecede a migração do campeonato para a Apple TV em 2026. O novo contrato deve render à categoria cerca de R$ 758,8 milhões por ano (US$ 140 milhões), reforçando o apetite das plataformas de streaming por eventos esportivos premium.

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Dinheiro dos pilotos e a dança das cadeiras

O campeão mundial Lando Norris teve ganhos de R$ 311,15 milhões (US$ 57,5 milhões), incluindo um bônus de título de R$ 54,2 milhões, mas terminou apenas como o terceiro piloto mais bem pago do ano. Max Verstappen liderou com R$ 412,9 milhões (US$ 76 milhões), seguido por Lewis Hamilton, que em seu primeiro ano na Ferrari recebeu R$ 382,3 milhões (US$ 70,5 milhões). Juntos, os dois lideram o topo financeiro do grid desde que o levantamento da Forbes começou.

Bastidores caros

A rescisão contratual de Christian Horner após sua saída da Red Bull custou R$ 569,1 milhões (US$ 105 milhões), marcando um raro episódio de ruptura abrupta na gestão de uma equipe de ponta. No plano operacional, o teto de gastos de 2025 foi de R$ 921,4 milhões (US$ 170 milhões), valor que deve subir para R$ 1,16 bilhão com as mudanças técnicas de 2026. O objetivo permanece o mesmo: manter a competitividade e garantir sustentabilidade financeira ao modelo da categoria.

O filme “F1”, da Apple, estrelado por Brad Pitt, arrecadou R$ 3,41 bilhões (US$ 630 milhões) nas bilheterias e mais R$ 216,8 milhões em product placement. A temporada também registrou público histórico no GP da Inglaterra, em Silverstone, com 500 mil pessoas ao longo do fim de semana, reforçando o apelo da categoria fora das pistas.