Operadoras em greve: cidades podem ficar 48 horas sem internet devido a facções

 

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Os provedores de internet do estado de Rondônia estão enfrentando uma crise grave de segurança que pode levar a uma paralisação dos serviços por até 48 horas, segundo denúncias feitas por empresas da região. As ameaças partem de facções criminosas que vêm exigindo valores extensos como “taxas de proteção” e praticando ataques contra suas sedes. Quando o 6G chega ao Brasil? Saiba o que esperar da nova geração de redes móveis Como melhorar o sinal do celular | 4 dicas Na última semana, pelo menos cinco lojas de provedores foram incendiadas em cidades como Cabixi, Cerejeiras, Colorado, Guajará-Mirim e Nova Mamoré. O modus operandi das facções inclui ligações intimidatórias aos diretores das empresas, advertindo sobre atentados e exigindo metade do faturamento mensal como “pagamento de proteção”. De acordo com relatos, os criminosos conhecem bem a estrutura das empresas: sabem onde ficam os enlaces de rede, onde operam os equipamentos e até residências dos responsáveis pelos serviços. Alguns locais foram pichados com ameaças explícitas e empresas já afirmam que vêm funcionando de forma reduzida por conta da insegurança. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Em diversas cidades pequenas, há relatos de que os criminosos recrutam menores de idade para atacar instalações, aproveitando a fragilidade dos mecanismos de segurança local. Ameaça de paralisação Diante do cenário alarmante, alguns provedores planejam suspender temporariamente os serviços por um período de 48 horas, como forma de pressão para que as autoridades tomem providências. “Não queremos que chegue nesse ponto, porque há serviços essenciais prestados, mas eles não podem trabalhar sob ameaça constante”, disse um dirigente do setor, que preferiu manter sua identidade em sigilo. As negociações com autoridades estaduais e locais já foram iniciadas. Os provedores já se reuniram com comandos da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. No entanto, segundo os relatos, as forças de segurança alegam falta de recursos ou de poder de atuação, o que tem deixado os ISPs vulneráveis. Para tentar minimizar riscos, algumas empresas estão contratando segurança armada permanente para proteger suas sedes – mas isso é visto como uma solução paliativa e com custo elevado. Provedor incendiado em Rondônia (Reprodução/TeleTime) Impacto à infraestrutura e população Embora os danos afetem principalmente as áreas comerciais e de atendimento, há receio de que as interrupções possam atingir também a infraestrutura de rede, especialmente em regiões mais isoladas. Muitos provedores afirmam que os ataques começaram como extorsão, mas já têm caráter de intimidação generalizada. O setor de ISPs em Rondônia emprega milhares de pessoas diretamente e o estado possui centenas de provedores regionais. A paralisação por 48 horas pode afetar desde residências até empresas, escolas, serviços públicos municipais e o setor de saúde — ou seja, provocar um “apagão de conectividade” em municípios inteiros. Os provedores clamam por intervenção rápida de autoridades estaduais, federais e judiciais. Também apontam que órgãos como a Anatel podem colaborar tecnicamente com perícias, monitoramento e apoio à proteção das redes. Especialistas em segurança cibernética e telecomunicações alertam que essas ameaças não são apenas ao setor, também representando risco aos direitos dos cidadãos de acesso à comunicação e à infraestrutura crítica de conectividade. Até o momento, as autoridades estaduais não publicaram resposta oficial ao alerta de paralisação e os provedores monitoram atentamente os próximos passos. Se não houver ações concretas, muitas cidades de Rondônia podem ficar sem acesso à internet por até dois dias consecutivos. Leia mais no Canaltech: Qual é a diferença entre GPS, GLONASS, Galileo e BeiDou? Brasil se prepara para criar "GPS nacional" Japão bate recorde mundial com internet de 1,02 petabits por segundo Bluetooth com alcance de 10 km? Saiba como isso é possível:   Leia a matéria no Canaltech.