Operação mira grupo de empresários que usava negócio 'fantasma' para sonegar e causou prejuízo de R$ 15,5 milhões ao DF
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, uma operação destinada à repressão de um esquema criminoso formado por empresários do ramo de padarias e farmácias. Segundo as investigações, os envolvidos criaram uma empresa fantasma registrada em nome de “laranjas” para executar um esquema de fraude fiscal e sonegar impostos. Os laranjas em questão eram um sobrinho e um empregado do profissional de contabilidade do grupo investigado.
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O esquema ocorreu entre 2017 e 2022, e acumulou R$ 15,5 milhões em impostos sonegados.
De acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT/Decor), os empresários habilitavam máquinas de cartão de crédito e débito em nome da empresa de fachada. As vendas realizadas nesses equipamentos não eram contabilizadas nas empresas reais da rede de padarias e farmácias, o que permitia a sonegação de tributos devidos ao Distrito Federal.
A PCDF afirma que os beneficiários da fraude eram proprietários de estabelecimentos. A sonegação ocorria de duas formas: primeiro, com o não recolhimento de tributos da empresa fantasma; depois, o faturamento das empresas dos beneficiários do esquema, que sofreu uma redução artificial, resultado da sonegação dos impostos.
Dez mandados de busca e apreensão
As investigações também apontam que a empresa fantasma era operada, de fato, por alguns dos próprios sócios e administradores da rede. Para aprofundar a apuração, a Polícia Civil cumpriu 10 mandados de busca e apreensão nas regiões do Gama, Santa Maria, Ceilândia e Valparaíso de Goiás.
Como medida para recuperar parte do prejuízo causado aos cofres públicos e para descapitalizar o grupo, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores equivalentes ao montante sonegado. Há indícios da prática dos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem chegar a 24 anos de prisão.
A operação recebeu o nome de Bethlehem porque o termo, em hebraico, significa “casa do pão”, referência direta ao principal ramo de atuação do grupo investigado. A ação contou com a participação de 60 policiais civis, segundo a corporação.
