Operação do MP-MG investiga fraude fiscal de R$ 215 milhões envolvendo atacadistas, supermercados e Marcos Valério
Ministério Público cumpre mandados na Grande BH e no Centro-Oeste mineiro e bloqueia bens dos suspeitos. Grandes redes atacadistas e supermercados são alvos de uma operação deflagrada, nesta terça-feira (2), pelo Ministério Público de Minas Gerais. A investigação aponta um esquema que teria sonegado mais de R$ 215 milhões em ICMS, além de apurar crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa. Entre os investigados está o publicitário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal como operador do Mensalão no primeiro governo do presidente Lula.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no Centro-Oeste mineiro. Segundo o Ministério Público, foram apreendidos documentos, eletrônicos e veículos de luxo usados para lavar dinheiro. Também houve bloqueio de bens no valor de R$ 476 mil.
As apurações, conduzidas ao longo de mais de 18 meses, identificaram um esquema complexo de fraude fiscal. Empresários dos setores atacadista e varejista criaram empresas de fachada para simular operações interestaduais e omitir o pagamento de ICMS próprio e do imposto devido.
De acordo com o MP, os investigados reduziam artificialmente o custo das mercadorias, ampliando os ganhos ilícitos, distorcendo a concorrência e prejudicando empresas que atuam dentro da legislação tributária. Com isso, a organização criminosa se apropriava indevidamente de valores que deveriam ser recolhidos ao Estado, convertendo o imposto em benefício patrimonial próprio.
Os suspeitos podem responder por organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A CBN tenta contato com a defesa de Marcos Valério.
O Ministério Público deve divulgar novos detalhes ainda nesta terça-feira (2).
