Operação do Ministério Público mira falsificação de bebidas e reaproveitamento irregular de garrafas em São Paulo

 

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) realiza nesta quarta-feira (5) a Operação Garrafa Legal, que tem como objetivo fiscalizar estabelecimentos suspeitos de falsificação, adulteração e comercialização irregular de bebidas alcoólicas. O foco da ação é a apreensão de vasilhames em depósitos clandestinos ou que apresentem indícios de irregularidades fiscais, sanitárias ou ambientais.

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Agentes foram mobilizados na capital paulista e em cidades como Guarulhos, Ribeirão Pires, São Caetano e Santo André. O MP-SP ainda não divulgou um balanço da operação. Como mostrou O GLOBO, o reaproveitamento irregular de garrafas para a fabricação de bebidas adulteradas tem sido uma das principais frentes da crise provocada pela intoxicação com metanol.

De acordo com as investigações, falsificadores obtêm vasilhames originais — comprados pela internet ou adquiridos de bares, adegas e locais de reciclagem — e os enchem com bebidas produzidas de forma clandestina. Esses produtos, então, voltam ao mercado como se fossem originais.

Segundo dados oficiais, o número de casos confirmados de intoxicação por metanol utilizado na adulteração de bebidas destiladas chegou a 47 em todo o Estado. Até o momento, nove mortes foram confirmadas em São Paulo: quatro homens moradores da cidade de São Paulo; uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo; dois homens, de 23 e 25 anos, e uma mulher de 27 anos, de Osasco; e um homem de 37 anos, de Jundiaí.

A crise foi constatada no início de setembro, quando um aumento expressivo de casos de intoxicação grave e mortes passou a ser registrado, principalmente na Região Metropolitana de São Paulo, após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.

Principal suspeita da polícia é que etanol comprado em posto e batizado com metanol foi usado em bebidas adulteradas. Desde o início do ano, mais de 66 pessoas foram presas por adulteração de bebidas, 45 delas apenas nos últimos dois meses.