O que está por trás do movimento dos EUA em relação à Venezuela e à Colômbia? Entenda

 

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O professor de Geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), Ronaldo Carmona, em entrevista ao Jornal da CBN, faz uma análise do cenário atual. Após Venezuela, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça à Colômbia e aprofunda tensão com a América Latina. O professor de Geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), Ronaldo Carmona, em entrevista aos âncoras Mílton Jung e Cássia Godoy no Jornal da CBN, faz uma análise do cenário atual. Ele destaca que o movimento em relação à Venezuela e à Colômbia, no fundo, tem o mesmo objetivo, que é a retomada do protagonismo dos EUA na América Latina:

“O objetivo de fundo é o mesmo, qual seja, a ideia de que os Estados Unidos devem voltar a ter um protagonismo na América do Sul ou na América Latina de um modo geral, inclusive colocando a região como uma região central do ponto de vista dos seus interesses. Isso tem a ver, com decisões estratégicas da Casa Branca no âmbito do grande tabuleiro de xadrez, que nós assistimos em escala global, na qual se busca, marcar que a região da América Latina como uma espécie de área prioritária de esfera de influência por parte dos americanos, como já foi historicamente em outros momentos”.

Ronaldo Carmona destaca a relação histórica entre Colômbia e Estados Unidos:

"A grande aliada de Washington na América do Sul há duas ou três décadas é a Colômbia, inclusive não só com uma presença militar robusta, como os Estados Unidos há décadas vem apoiando o governo da Colômbia no que diz respeito à questão do combate ao narcotráfico. Então, a presença americana lá é muito robusta. Apenas nesse governo, que é o governo do Gustavo Petro, a Colômbia passa a ter uma atitude um pouco mais autônoma, mas ainda assim muito condicionada pela presença, eu diria que quase estrutural, das Forças Armadas americanas no setor militar colombiano. Então, isso é uma grande novidade, porque a Colômbia sempre se comportou como um país que era o primeiro aliado de Washington ao longo de vários governos. Então, essa situação de conflito com o governo do Petro é realmente uma novidade, em um quadro em que este governo do Petro tem lá suas fragilidades".