O que é um jogo survival horror?

 

Fonte:


Imagina você entrando em uma mansão estranha, no meio do nada. Durante a exploração do local, você entra em uma sala com uma pessoa agachada lanchando um corpo estirado no chão. A criatura se vira, olha para você e começa a persegui-lo. Essa, talvez, é a cena mais icônica da história do gênero survivor horror que acontece no primeiro Resident Evil, game lançado há quase 30 anos. 10 melhores jogos de terror para tremer na base 10 melhores jogos feitos por Shinji Mikami, criador de Resident Evil Survival horror é como se fosse um gênero mestre, macro, com diferentes variações dentro dele. Mas, em geral, não se trata somente de jogos que querem assustá-lo, mas fazê-lo sobreviver com escassez de recursos, principalmente no que diz respeito a formas de se defender como armas e curas, e no controle de um personagem frágil. Neste artigo, vamos explicar como surgiu o gênero amado por muitos, o primeiro jogo que abriu o caminho, sua evolução e recomendações de títulos icônicos que precisam ser jogados. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Como surgiram os jogos survival horror? O primeiro a trazer uma nova ideia, às vezes, não é reconhecido por isso, e o reconhecimento fica para quem a implementou da melhor forma depois. Esse é o caso de Sweet Home, considerado o primeiro jogo survival horror, desenvolvido pela Capcom e lançado para o NES (Nintendinho) em 1989.   Ele trazia esse conceito de mansão mal-assombrada, com inimigos assustadores, coleta de recursos e gerenciamento deles no inventário. Esse não era um jogo de ação, já que os combates aconteciam da mesma forma que RPGs de turno, parecido com os primeiros Dragon Quest. A ideia evoluiu e ganhou o início do corpo que temos hoje com Alone in the Dark, lançado três anos depois de Sweet Home para MS-DOS, com vários ports nos anos seguintes. Esse é considerado o pai do gênero survival horror por trazer uma implementação bastante complexa para a época, por conta do poder dos PCs, que eram consideravelmente mais rápidos que os consoles dos anos 1990. Assim, foi possível criar um game em 3D, com atmosfera de terror, uma história mais elaborada que também se passa em uma mansão.  Porém foi somente a partir de 1996, no primeiro PlayStation, que o mundo viu o estabelecimento do gênero com Resident Evil. Com a tecnologia mais avançada, foi possível criar uma experiência mais assustadora e realista, com um toque cinematográfico de primeira para época. A Capcom estabeleceu de uma vez por todas o gênero survival horror com o primeiro game da franquia, que já vai completar 30 anos em 2026, com nove títulos principais e vários spinoff. Evolução do gênero: reinventando o pesadelo De lá para cá, houve uma grande evolução nesse tipo de jogo. Uma das variações acontece com o primeiro Silent Hill em 1999 com o terror psicológico. Diferente de Resident Evil, esse era um jogo que causava medo pelo desconhecido e as coisas perturbadoras que aconteciam, e não dependia somente de monstros que precisavam levar vários tiros para serem abatidos. A atmosfera de terror do primeiro Silent Hill era sem igual para a época (Imagem: Survival Horror Network) Poucos anos depois, o gênero survival horror ganhava um novo toque, agora voltado para ação com Resident Evil 4. O game se distanciou do quesito terror e focou mais na porradaria, com muito tiroteio contra monstros que também atiravam de volta. Isso desagradou os fãs puritanos e levou o gênero por esse caminho mais por alguns anos. Até os estúdios independentes chegarem trazendo sua releitura da essência dos estilo survival horror. Poderíamos citar diversos jogos, mas Amnesia: The Dark Descent e Outlast, ambos primeiros jogos de suas franquias, são ótimos exemplos. Eles trouxeram de volta a fragilidade da exposição ao terror, com a necessidade de sobrevivência sem combate bastante enfatizada. Como identificar um jogo survival horror? Como todo gênero de games, esse também tem algumas características que o definem. Gerenciamento de recursos escassos Um survival horror não é um survival horror sem o gerenciamento de itens escassos coletados pelo cenário. Você não pode gastar toda a munição que tem, porque ela é pouca. E caso consiga juntar muita, entre outros recursos, seu inventário pode lotar e você precisará se desfazer de alguns deles. Protagonista vulnerável Geralmente, o personagem principal não é uma pessoa especialista em combater os terrores desses universos (com exceção dos veteranos de Resident Evil hoje em dia). Eles são pessoas sem treinamento em combate, muitas vezes não sabem nem usar armas, muito menos sair na mão com um monstrengo.   Atmosfera e design de som Esses são elementos essenciais. Uma boa atmosfera, como no remake do primeiro Resident Evil ou Silent Hill 2, aliado a efeitos sonoros com grunhidos de monstros e sons de coisas se batendo, por exemplo, sozinhos são capazes de fazer o jogador tremer na base. Exploração e quebra-cabeças Um survival horror que preze, faz com que o jogador precise explorar o cenário, procurar por maneiras de como abrir um porta trancada, ou solucionar aquele puzzle para destravar um lugar secreto ou garantir um item necessário para o progresso. Combate como último recurso Diferente dos Resident Evil focados em ação (do RE4 ao RE6 e um pouco do Village, basicamente), o protagonista precisa fugir e garantir sua escapatória. Mas, às vezes, será necessário bater de frente com o perigo.   Jogos survival horror icônicos que você precisa jogar Já mencionamos aqui alguns dos jogos mais importantes para o estabelecimento do gênero survival horror, mas existem ainda vários outros imperdíveis e que se destacam nesse gênero: Resident Evil (1996 e remake): o jogo que batizou e popularizou o gênero. Silent Hill 2 (2001 e remake): a obra-prima do terror psicológico e narrativo. Fatal Frame II: Crimson Butterfly (2003): o medo elevado à arte, onde sua única arma é uma câmera fotográfica. Dead Space (2008 e remake): a fusão perfeita entre ficção científica e horror corporal, com foco no desmembramento estratégico. Amnesia: The Dark Descent (2010): o marco da revolução indie que provou que a impotência é o maior dos medos. Alien: Isolation (2014): a aula de como criar um inimigo implacável e imprevisível com uma IA brilhante. The Evil Within (2014): com uma abordagem mais psicológica, The Evil Within causa desconforto com sua atmosfera assustadora. Dying Light (2015): o terror de sobrevivência levado ao mundo aberto como nunca antes. Resident Evil 7: Biohazard (2017): o retorno triunfal da série às suas raízes de horror claustrofóbico, agora em primeira pessoa.

Alan Wake 2 (2023): um exemplo moderno de como o gênero continua a inovar, misturando survival horror com uma narrativa metalinguística complexa.

Cronos: The New Dawn (2025): o mais novo dessa lista mistura elementos consagrados de outros jogos e conta com uma atmosfera verdadeiramente opressora. Alien Isolation é um dos survivor horror mais aterrorizantes (Imagem: Reprodução) Conclusão Existe uma adrenalina sem igual ao jogar games de survival horror — sejam aqueles com abordagem mais psicológica, ou mesmo aqueles em que é preciso combater os inimigos descarregando um pente. Apesar dos jump scares não definirem o gênero, se eles estiverem presente, dá um tempero a mais, mas quando aplicado na quantidade correta. Vimos o gênero surgindo com grande foco no terror, algo que mudou para a ação com algumas poucas partes que assustam, e retornando ao terror com força em seguida. Já se passaram cerca de 15 anos desse vai e vem, e agora o survival horror está mais forte do que nunca com jogos aterrorizantes. Veja mais do CTUP: 3 piores jogos da franquia Silent Hill Review Cronos: The New Dawn | Terror de primeira que precisa de otimização Review Dying Light: The Beast | O verdadeiro Dying Light 2 que os fãs queriam Leia a matéria no Canaltech.