'O cordão de seguranças varreu para fora até o ministro que buscava nos acalmar', narra repórter do GLOBO em Belém
Quando os primeiros jornalistas se levantaram atendendo a um chamado de evacuação por incêndio, não houve muito pânico. Já se sabia que o fogo não estava próximo, e o alarme só se ouvia ao fundo. Apurei algumas informações no lado de fora do Parque da Cidade, tentando me aproximar do local do incêndio. Após o fogo ser controlado, a reentrada foi autorizada. Voltei ao meu posto de trabalho.
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Cerca de quinze minutos depois, um grupo de seguranças da ONU entrou no centro de mídia gritando: “Out! Out! Out!”. A segunda operação de evacuação deixou todos confusos.
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Rafael Garcia
Desta vez, além disso, barraram a saída de emergência dos fundos e puseram todos no corredor central da Blue Zone. Um cordão de isolamento avançava para se certificar que todas as pessoas não ligadas a bombeiros e equipes de segurança deixassem a instalação.
O cordão varreu para fora jornalistas que se aglomeravam em torno de Celso Sabino, ministro do Turismo, enquanto ele buscava tranquilizar a todos numa entrevista e tentava argumentar que um “incidente isolado” não macularia a COP30, que já seria “um sucesso”.
O “incidente isolado” tornou-se o pequeno incêndio com a maior cobertura midiática da história, com dano limitado. O prejuízo para as negociações climáticas, porém, ainda não foi estimado.
(*Repórter do GLOBO)
