Nunes afirma que Enel tinha menos de 40 veículos atendendo moradores em SP na quinta (11)
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse em entrevista para a CBN que a Enel tinha na quinta-feira (11) que a Enel tinha menos de 40 veículos circulando pela cidade de São Paulo para restabelecer a energia após o vendaval de quarta-feira (10). Mais de 460 mil imóveis seguem sem energia na capital no início da tarde desta sexta (12), o equivalente a 8% do total de clientes da concessionária no município.
Nunes voltou a defender uma intervenção do governo federal na empresa.
— O que nós estamos fazendo é essa pressão por uma empresa que infelizmente não tem tido condições de atender as demandas da cidade. A gente sabe que cada vez que tiver um vento, uma chuva, nós vamos passar por isso — disse o prefeito.
Funcionário de empresa parceira da Enel é preso em flagrante após cobrar propina para religar energia
Ele chamou de mentirosa a informação divulgada pela Enel, de que a empresa possui cerca de 1500 equipes atuando na região metropolitana.
— Ontem nós não tivemos nem 40 veículos circulando na cidade de São Paulo. Nós pegamos os dados das placas dos veículos que a Enel diz que tem, colocamos no SmartSampa e essas placas não aparecem circulando em nenhum local da cidade de São Paulo — afirmou Nunes.
Em nota para a CBN, a Enel informou que tem mais de 1,6 mil equipes e o mesmo número de veículos atuando nos 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a capital. "Desde o início do evento, na quarta (10), a distribuidora prioriza o restabelecimento de energia dos serviços essenciais e dos maiores blocos de carga para atender o maior número de clientes impactados", diz o comunicado.
Falta de água
Mesmo com a redução das áreas atingidas pela falta de energia elétrica, parte da capital e de municípios da Grande São Paulo segue com o abastecimento de água comprometido por causa da falta de energia provocada pelas chuvas e vendavais. Segundo a Sabesp, o fornecimento de eletricidade ainda é instável em sistemas essenciais para o bombeamento, o que dificulta a normalização. A recuperação total, informa a Sabesp, pode levar até 48 horas após o religamento da energia.
Na capital, seguem afetadas regiões como Parelheiros e Vila Romana, além de áreas do Parque do Carmo, que continuam com equipamentos sem energia. Bairros que chegaram a ficar totalmente paralisados — como Cangaíba, Parque Savoy, Sacomã, Vila Clara, Vila Formosa, Vila Mariana e Carrão — já tiveram a eletricidade restabelecida e iniciam a retomada gradual do abastecimento.
A Sabesp destaca que bairros vizinhos também são impactados porque compartilham reservatórios e estações. A companhia afirma realizar manobras operacionais para reduzir os efeitos da falta de energia, como o uso do Sistema Flex, que permite enviar água de regiões estabilizadas para áreas ainda prejudicadas.
Estações movidas a gás foram acionadas e geradores mantêm unidades como Americanópolis e Itapecerica da Serra em funcionamento — embora a potência exigida pelos equipamentos de bombeamento seja muito superior à de um gerador comum. “Há equipamentos com potência maior que um carro de Fórmula 1”, informou a empresa.
Na Grande São Paulo, houve melhora em cidades antes entre as mais afetadas. Mauá, Santo André, São Bernardo do Campo, Cotia (Atalaia), Osasco (Vila Iracema), Cajamar (Capital Ville), Mairiporã e regiões de Santa Isabel e Guararema tiveram parte da energia restabelecida e iniciam a recuperação do sistema. Já Guarulhos (Pimentas), Francisco Morato (Jardim Arpoador) e Caieiras (Centro) seguem enfrentando dificuldades por causa da falta de luz.
