Narcotraficante preso após mulher ostentar nas redes sociais é condenado; homem abastecia cartéis do México e Colômbia

 

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O narcotraficante Ronald Roland, de 51 anos, foi condenado a 21 anos e um mês de prisão, além do pagamento de 15 salários mínimos por crimes como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ainda cabe recurso da decisão.

Segundo a Justiça, Roland era um dos chefes de uma organização criminosa com base em Uberlândia, ligada ao PCC e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O grupo atuava no tráfico internacional de drogas e em um esquema de lavagem de dinheiro, movimentando valores milionários por meio de empresas de fachada.

As investigações da Polícia Federal apontaram que Ronald Roland estava envolvido com o narcotráfico desde 2012, realizando transporte aéreo de entorpecentes entre países da América do Sul e América Central. Entre os bens adquiridos pelo grupo estão aeronaves, imóveis de luxo e veículos de alto padrão, usados para ocultar patrimônio ilícito. O homem chegava a mostrar, nas redes sociais, o estilo de vida de alto padrão.

Mulherde Ronald exibia vida de luxo com o marido nas redes sociais

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Preso após ostentação

A atuação da quadrilha se estendeu, no mínimo, de abril de 2019 a julho de 2024, quando foi deflagrada uma operação que resultou na prisão preventiva de Roland e outros integrantes.

Na época, ele foi localizado e preso pela Polícia Federal no Guarujá, em São Paulo. A ostentação da mulher dele, com publicações nas redes sociais ajudou na investigação. Ela publicava com frequência a localização do casal. Em pouco tempo eles passaram pela França, Colômbia, Dubai e Maldivas. O homem chegou a entrar para a lista da Interpol.

O delegado da Polícia Federal, Felipe Garcia, descreveu o perfil e a atuação do criminoso.

“Ele já é um indivíduo conhecido da Polícia Federal, tendo sido alvo de quatro operações anteriores, todas relacionadas ao tráfico internacional de drogas. Em algumas dessas ações, havia envio de entorpecentes para o México, destinados a cartéis, e para as FARC, na região da Colômbia. Ronald utilizava sempre o modal aéreo para transportar cocaína. Trata-se, portanto, de alguém com grande poder econômico e amplo conhecimento nessa modalidade criminosa”, detalha.

Condenação do grupo

Na sentença, o juiz federal Edison Moreira Grillo Junior destacou a gravidade do esquema e a clareza das provas reunidas ao longo da investigação. Para ele, os elementos apresentados não deixam dúvidas sobre a estrutura organizada e a intenção criminosa do grupo.

Além de Ronald, outros 13 réus, incluindo a mulher dele, foram condenados pela 3ª Vara Criminal de Belo Horizonte, que tem competência para julgar crimes federais como tráfico internacional de drogas.

As penas variam de 8 a 21 anos de prisão pelos crimes de tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Apesar da condenação, a defesa de Ronald Roland, afirmou que apresentou recurso de apelação e confia na reforma da sentença de primeiro grau.

A CBN não conseguiu contato com a defesa dos outros condenados.