Na PF, Bolsonaro passa a maior parte do tempo assistindo à televisão e acompanha a repercussão de sua prisão
Desde que foi preso preventivamente no último sábado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem passado a maior parte do tempo assistindo à televisão na sala especial onde está detido na superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. Segundo interlocutores, ele acompanha principalmente telejornais e transmissões de futebol.
A sala onde Bolsonaro cumpre a custódia conta com cama, banheiro privativo, ar-condicionado, frigobar e televisão. O aparelho permanece ligado durante boa parte do dia, e o ex-presidente alterna programas de notícias e esportivos, de acordo com relatos de aliados. O hábito o permite se manter informado sobre os desdobramentos de sua própria prisão.
A PF não detalha oficialmente os canais disponíveis, mas interlocutores afirmam que a TV tem acesso a emissoras abertas e a parte da grade fechada utilizada pela corporação. Não há restrições específicas de conteúdo, apenas a proibição de uso de internet, redes sociais ou qualquer dispositivo eletrônico externo.
Além de assistir à televisão, aliados dizem que Bolsonaro tem caminhado pela sala e mantém bom humor. A avaliação entre aliados é de que ele está calmo, conversando normalmente e sem intercorrências desde a chegada à superintendência.
O ex-presidente tem recebido refeições levadas por sua equipe e por familiares. Segundo pessoas próximas, ele mantém padrão semelhante ao que seguia durante a prisão domiciliar — refeições simples, com baixo teor de gordura, levadas de casa e com horários controlados. A PF registra a entrada dos itens e limita a quantidade enviada, como ocorre com outros presos em sala especial.
A escolha por refeições externas não é incomum. Presos podem receber alimentos trazidos por familiares, desde que respeitem protocolos de segurança. No sábado, dia de sua chegada, Bolsonaro não jantou a comida servida na PF e teria alegado falta de apetite, apesar do cardápio padrão que inclui arroz, feijão, salada e uma proteína — menu que se repete no almoço dos custodiados.
As visitas seguem restritas. Até o momento, apenas Michelle Bolsonaro esteve na unidade, em autorização concedida por Moraes. Os filhos foram liberados para visitá-lo ao longo desta semana. Médicos e advogados também estiveram na superintendência no domingo.
A tendência é que a rotina permaneça semelhante nos próximos dias, enquanto a defesa avalia novas medidas. No sábado, os advogados pediram a revogação da prisão preventiva, mas o pedido foi negado por Moraes.
