Motta e Alcolumbre não participam de reunião de enfrentamento à violência contra a mulher convocada por Lula

 

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Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, não participaram da reunião no Palácio do Planalto, convocada pelo presidente Lula, para discutir medidas de enfrentamento a violência contra a mulher. Já o presidente do STF, Edson Fachin, esteve presente, junto da única ministra da Suprema Corte, Carmen Lúcia.

A ausência de Motta e Alcolumbre ocorre em meio ao embate entre o Congresso e o Supremo quatro dias depois da operação da Polícia Federal na Câmara contra desvio de emendas parlamentares.

Em uma cerimônia horas antes da reunião, no Planalto, Lula disse que os presidentes da Câmara e do Senado não participariam por causa de sessões no Congresso na última semana do esforço concentrado para aprovar projetos. E frisou que o problema da violência doméstica e do feminicídio é mais dos homens do que das mulheres. Lula defendeu que o combate passa por um processo educacional e que o menino não pode se achar mais "forte" do que a menina nem pensar que "pode tudo". Ele defendeu, ainda, "reciclar a classe humana".

A fala foi feita durante um evento no Planalto, ocasião em que Lula disse esperar que o acordo Mercosul-União Europeia seja assinado no sábado. Lula disse que cobrou dos governos da França e da Itália que "assumam responsabilidade" e frisou que o presidente francês, Emanuel Macron, não precisa ter medo de assinar o acordo, porque a França não vai perder competitividade com o povo brasileiro.

Lula disse que Macron está preocupado pelo receio de perder competitividade em produtos agrícolas, mas que ele explicou que "são coisas diferentes, qualidades diferentes" e que o Brasil está cedendo mais do que a França.

Lula ainda comentou a relação do Brasil com os Estados Unidos, disse que "todo mundo soube" qual o significado e o impacto do tarifaço em cima dos produtos brasileiros, mas que em uma situação de crise e de nervosismo a conduta mais importante é a paciência. Frisou que o governo brasileiro teve uma atuação importante junto do presidente americano, Donald Trump.

Lula citou as três conversas que teve com Trump em que conseguiu reduzir parte das tarifas e disse que "a coisa mais importante foi tirar" o ministro do STF, Alexandre Moraes, da Lei Magnitsky. Lula disse que não se pode "aceitar complexo de vira-lata" e que a relação com os Estados Unidos mostrou que a democracia e a soberania brasileira não estão em negociação.