Morte de gari: Justiça de BH ouve oito testemunhas em audiência de instrução
Mais seis testemunhas de defesa e o próprio acusado devem ser ouvidos nesta quarta-feira. Renê Júnior responde por homicídio triplamente qualificado, ameaça, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual. O 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte ouviu os depoimentos de oito testemunhas de acusação na primeira audiência de instrução do processo sobre a morte do gari Laudemir Fernandes. O profissional da coleta urbana foi assassinado pelo empresário Renê Júnior, em Belo Horizonte, em agosto deste ano, após uma disputa de prioridade no trânsito.
Foram ouvidos quatro policiais civis e militares, além outros quatro colegas de trabalho de Laudemir, que presenciaram o crime. A sessão foi fechada à imprensa e o conteúdo dos depoimentos não foi divulgado pelo Tribunal.
Nesta quarta-feira (26), a juíza Ana Carolina Rauen, responsável pelo processo, vai convocar seis testemunhas de defesa de Renê e realizar o interrogatório do próprio réu, se possível.
Na primeira audiência, o acusado participou por videoconferência, já que está preso preventivamente desde o crime num presídio na região metropolitana de BH. Em nota, a defesa do acusado disse que só vai se posicionar ao fim das audiências.
Renê foi denunciado pelo Ministério Público de Minas por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio que impossibilitou a defesa da vítima e perigo comum, além dos crimes de porte legal de arma de fogo, ameaça e fraude processual.
O crime aconteceu em 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, e provocou grande comoção pública, resultando em protestos de garis e movimentos sociais. Renê Júnior foi preso ainda no dia do homicídio, confessou o disparo e se tornou réu em setembro.
Conforme as investigações da Polícia Civil, a arma usada pertence à mulher dele, a delegada Ana Paula Balbino, que foi indiciada pela Corregedoria por prevaricação, por não ter agido contra o marido após ter ciência do crime. Ela também responde por porte ilegal de arma de fogo por ter emprestado o revólver ao marido.
Como ela responde a um crime de menor gravidade e em que há possibilidade de acordo, o caso da delegada foi desmembrado do processo de Renê.
