Modelo da retirada da CNH sem autoescola já existe em outros países, como EUA, Canadá e mais
Entre as novidades previstas da resolução estão um curso teórico inteiramente gratuito e digital, aulas práticas mais flexíveis e também credenciamento para instrutores fora da autoescola. O Conselho Nacional de Trânsito aprovou nessa segunda-feira (1) a nova resolução que muda as formas de obter a Carteira Nacional de Habilitação. A medida diminui as aulas práticas e, segundo o governo federal, pode reduzir em até 80% o custo total da carteira.
Entre as novidades previstas da resolução estão um curso teórico inteiramente gratuito e digital, aulas práticas mais flexíveis e também credenciamento para instrutores fora da autoescola, aumentando as opções.
O governo federal disponibilizará todo o conteúdo teórico online, sem custo para o candidato. Quem preferir poderá estudar presencialmente em autoescolas ou instituições credenciadas.
A exigência de 20 horas-aula será eliminada e passará a ser de 2 horas. O candidato poderá escolher entre as seguintes formas:
Autoescolas;
Instrutores autônomos credenciados pelos Detrans;
Preparações personalizadas conforme suas necessidades
Medidas já são adotadas em outros países
Novo modelo da CNH.
Reprodução
O Ministério dos Transportes afirma que a proposta aproxima o Brasil de modelos de países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Reino Unido, que priorizam a autonomia do candidato e colocam o foco na avaliação por competência, não em cargas horárias fixas.
Em países vizinhos, como México e Argentina, não existe a obrigatoriedade de autoescolas, mas é preciso passar em testes teóricos e práticos. Os custos são bem mais acessíveis do que no Brasil.
Enquanto por aqui uma CNH fica em média entre R$ 2,5 mil a R$ 3 mil, na Argentina, o custo estimado fica abaixo de R$ 100 se a pessoa não precisar de aulas práticas. No México esse valor sobe um pouco mais, mesmo assim, fica em torno de R$ 300 a R$ 400.
No ranking de uma plataforma educacional online que atua globalmente na formação de condutores, o Brasil ocupa a segunda pior colocação do mundo para tirar a carteira de motorista, atrás apenas da Croácia. Pesam às 60 horas de aulas obrigatórias, entre teóricas e práticas, e o valor dos exames médicos e das taxas do exame de habilitação, que podem chegar a mais de R$ 4 mil em alguns estados.
Em parte da Europa, como Alemanha e Portugal, além do Japão e da Austrália, existe a obrigatoriedade das aulas práticas de direção. No Chile, não há obrigatoriedade de autoescola, mas a burocracia do sistema é semelhante à do Brasil. Todos eles aparecem no ranking entre os piores lugares do mundo para se aprender a dirigir.
Já os países nórdicos, como Suécia e Finlândia, permitem instrutores autônomos, mas exigem testes de direção em neve, por exemplo.
O governo alega que o custo e a burocracia fazem com que 20 milhões de brasileiros dirijam sem habilitação.
Trânsito no Rio de Janeiro
Fernando Frazão/Agência Brasil
