Ministro da Previdência nega envolvimento de pasta em fraudes no INSS após prisão de secretário-executivo

 

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O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, disse que sua pasta não está envolvida em fraudes do INSS e que só foi informado da operação da Polícia Federal (PF) que tinha como um dos alvos o então secretário-executivo da pasta, Adroaldo Portal, na manhã desta quinta-feira pelo ministro-chefe da Controladori-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho.

Adroaldo Portal foi o número dois do Ministério da Previdência na gestão de Wolney por oito meses, mesmo tendo sido citado em fases anteriores da Operação Sem Desconto, que investiga esquemas de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS. A Sem Desconto derrubou o antecessor e padrinho político de Wolney, Carlos Lupi (PDT), em abril deste ano. O atual ministro, que ocupou o cargo de secretário-executivo da pasta desde 2023, nomeou Adroaldo.

Adroaldo teve a prisão domiciliar decretada em caráter preventivo e foi demitido por Wolney nesta quinta-feira.

— Assim que tomamos conhecimento das medidas judiciais a respeito do nosso secretário-executivo, Adroaldo Portal, eu determinei imediatamente que ele fosse exonerado. (..) Continuamos com a mesma determinação com a qual me comprometi com o presidente da República. O presidente Lula me pediu para conter a crise, cuidar dos aposentados e estabelecer integridade e governança no ministério, e é o que estou fazendo. Não há nenhum envolvimento do Ministério da Previdência Social nessa operação, tanto que não houve nenhuma busca e apreensão no Ministério — disse Wolney.

Jornalista, Adroaldo Portal tem carreira ligada ao PDT, partido que comanda o Ministério da Previdência desde o início do terceiro mandato de Lula. Ele atuou por décadas no Congresso e chegou a chefe de gabinete do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que também é alvo da nova fase da Sem Desconto.

—Este governo não protege ninguém e a prova disso é que há uma ampla liberdade dos órgãos de controle, da CGU e da Polícia Federal, para investigar todas as esferas do governo para que a gente possa encontrar os responsáveis pelas fraudes e trazer de volta cada centavo desviado — afirmou o ministro.

Wolney nomeou para o lugar de Adroaldo o procurador da AGU e consultor jurídico do Ministério Felipe Cavalcante e Silva.