Médico Aluísio Segurado ganha a eleição para reitor na USP

 

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A Universidade de São Paulo (USP) divultou no início desta noite o resultado de sua eleição para reitor no mandato que começa e 2026. O vencedor, com 54,7% dos votos válidos, foi o médico Aluísio Segurado, que tem a engenheira Liedi Bernucci como vice.

Os nomes da chapa vencedora, chamada "USP Pelas Pessoas" vão encabeçar a lista tríplice que será enviada ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que efetivamente nomeará os novos dirigentes da USP.

Tradicionalmente, a chapa vencedora é escolhida, mas o chefe do executivo do estado tem a prerrogativa de escolher quaisquer uma das três chapas mais votadas.

Em segundo lugar na lista aparece a chapa "Nossa USP" (com 30,7%), com a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a historiadora Ana Lanna, como candidata a reitora, e o químico Pedro Vitoriano como vice. Em terceiro lugar ficou a chapa "USP Novo Tempo" (14,6%), com o engenheiro Marcílio Alves para reitor e a administradora Sílvia Casa Nova para vice.

Os resultados finais da votação foram os seguintes:

USP - Eleição para reitor 2025

1.270 votos - USP Pelas Pessoas

713 votos - Nossa USP

340 votos - USP Novo Tempo

3.590 votos em branco

70 votos nulos

A eleição para reitor na USP foi conduzida como de costume, com os votantes fazendo parte de uma assembleia eleitoral composta pelo Conselho Universitário e por outros órgãos administrativos colegiados da universidade.

No total, há 2.233 profissionais aptos a votar, mas só 2.041 depositaram votos neste ano (91%). A eleição é realizada por um sistema online e, pelas regras, cada eleitor pode votar em mais de uma chapa, por isso a soma dos votos é maior do que o total de votantes.

Pela regra, se um votante escolhe apenas uma chapa, são computados mais dois votos em branco pela ausência das outras duas. Por isso o número de votos em branco é alto na contagem final.

Pleito sem polêmica

A eleição para a reitoria da USP neste ano se deu de maneira relativamente tranquila e sem confrontos ruidosos entre os concorrentes.

Todos os candidatos a reitor fazem parte do grupo de situação hoje, ocupando hoje cargos na atual gestão, comandada pelo professor Carlos Carlotti Jr.

Segurado, o vencedor do pleito, é atualmente pró-reitor de graduação. Médico e professor titular da Faculdade de Medicina, ganhou notoriedade dentro da universidade inicialmente na década de 1990, por ter se destacado no combate à epidemia de HIV. Mais recentemente, atuou na linha de frente contra a Covid-19 no Hospital das Clínicas, onde foi diretor do Instituto Central.

Segurado entrou como favorito na eleição para reitor deste ano, tendo vencido já um mês atrás uma consulta informal que a universidade faz à sua comunidade. Essa votação sem poder de decisão teve mais de 10 mil participantes neste ano, entre as mais de 120 mil pessoas que a USP abriga entre docentes, alunos e servidores.

Ana Lanna, que encabeça a chapa do segundo lugar, é hoje pró-reitora de diversidade e inclusão, e venceu a consulta entre o grupo dos estudantes, apenas. Marcílio Alves é atualmente diretor-executivo da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), e foi o último colocado tanto na eleição quanto na consulta.

Lista controversa

A lista tríplice com os nomes perfilados na ordem do mais ao menos votado segue agora para a mesa de Tarcísio para decidir quem será o novo reitor. Na maioria das vezes, os governadores escolhem o primeiro nome, mas há exceções no passado.

A única vez que isso aconteceu após a redemocratização do Brasil, após a era dos governadores "biônicos" nomeados pela ditadura, foi em 2009, quando o bioquímico Glaucius Oliva venceu a eleição. O então governador José Serra optou, porém, pelo segundo colocado, o jurista João Grandino Rodas. Antes disso, Paulo Maluf escolheu o engenheiro Antônio Hélio Vieira como reitor em 1981, mesmo não tendo sido ele o nome mais votado.

Na época, o presidente da República, Ernesto Geisel, havia concedido a Maluf a possibilidade de gerar uma "lista sêxtupla" para nomear Vieira, que tinha sido o 4º colocado. O modelo de lista tríplice voltou em eleições subsequentes.

Quando a lista tríplice não é acolhida, existe o risco de crise institucional de representação na universidade, por isso são raras as ocasiões em que governadores optam por dispensar o vencedor. A Associação de Docentes da USP e outras agremiações internas têm feito há alguns anos campanhas por mudança na regra.

Tarcísio deve anunciar quem é seu escolhido nos próximos dias. Os novos reitor e vice-reitor da USP tomarão posse no próximo dia 25 de janeiro de 2026 e terão mandato de quatro anos. Esta será a 29ª gestão reitoral na história da maior universidade do Brasil, fundada em 1934.