Marina lamenta morte de vaqueiro enquanto ajudava Ibama a retirar cabeças de gado de terra indígena: 'Crime bárbaro'
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lamentou o assassinato do vaqueiro Marcos Antônio Pereira da Cruz, de 38 anos, em uma terra indígena, no Pará. A ambientalista prestou solidariedade à família do colaborador do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e relembrou que é "dever do poder público garantir a segurança da sociedade e de quem trabalha em benefício do patrimônio ambiental do país". O caso é investigado pela Polícia Federal (PF).
"Perdemos um colaborador das equipes do Ibama, no exercício de suas atividades profissionais, as quais realizava com coragem e dedicação. A Polícia Federal está empenhada nas investigações, e nosso esforço é para esse crime bárbaro seja rigorosamente investigado e punido", disse Marina.
O vaqueiro havia sido contratado pelo Ibama para atuar na retirada de invasores do território Apyterewa durante o cumprimento de decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o órgão, a morte do colaborador, que foi atingido por um disparo à queima-roupa no pescoço , foi uma "emboscada".
As suspeitas são de que a emboscada tenha sido feita por “antigos moradores da terra indígena, que ainda invadem o local para criação ilegal de gado”, informou a fundação, sem citar nominalmente quem seriam essas pessoas.
O vaqueiro participava da retirada de animais quando foi alvo na região conhecida como Linha 10. O colaborador do Ibama estava afastado do grupo principal para reunir um gado que estava solto.
"Ele recebeu os primeiros socorros no local e foi removido de helicóptero até o hospital do município de São Félix do Xingu. Apesar de todos os esforços das equipes de resgate e de saúde, o colaborador não resistiu aos ferimentos e veio a óbito", disse o Ibama, em nota.
A determinação do STF impõe a retirada de invasores e a apreensão de gado mantido ilegalmente no interior do território tradicional.
As ações ocorrem de forma integrada, com a participação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ibama, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Civil, Polícia Militar e Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará).
Em nota, o Ibama "lamenta profundamente o ocorrido, manifesta solidariedade aos familiares e amigos da vítima e informa que está prestando o apoio necessário à família neste momento de dor".
"O Instituto reafirma seu compromisso com o cumprimento das decisões judiciais, a proteção das terras indígenas e a atuação integrada com os demais órgãos públicos, repudiando qualquer forma de violência contra agentes públicos e pessoas que colaboram com as ações do Estado", afirma.
