Malafaia critica candidatura de Flávio à Presidência e defende chapa com Tarcísio e Michelle: 'Não vou engolir'

 

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O pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República. Segundo o líder religioso, o melhor arranjo político para a direita seria ter uma chapa "combativa" encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como vice. Malafaia também defendeu que a escolha pelo parlamentar beneficia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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— Eu não vi ninguém do governo Lula atacar Flávio (após o anúncio da pré-candidatura). Que coisa interessante. É como se dissessem: "É esse aí mesmo que nós queremos". Uma chapa para ser combativa, para ganhar uma eleição, é Tarcísio e Michelle como vice — afirmou o pastor, na terça-feira, em entrevista ao portal Metrópoles.

De acordo com Malafaia, Flávio não tem "musculatura política". Já Tarcísio, por sua vez, tem uma rejeição menor, e seria importante para angariar votos do Centrão e de eleitores que não votariam em Lula ou Bolsonaro.

— A Michelle encarna (votos de) mulheres, da direita, de evangélicos e é filha de nordestinos — disse Malafaia. — Achei (a candidatura de Flávio) um movimento errado. O Bolsonaro está emocionalmente debilitado porque é vítima de injustiça. Não vou engolir.

Poucas horas após o anúncio da pré-candidatura de Flávio, no dia 5 deste mês, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo já havia manifestado seu descontentamento:

"O amadorismo da direita faz a esquerda dar gargalhadas. Não estou falando nem contra e nem a favor de ninguém. Somente isto", escreveu Malafaia, nas redes sociais, sem citar o filho do ex-presidente.

Maioria define candidatura como um erro

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nessa terça-feira, mostrou que Flávio tem maior apoio entre o eleitorado bolsonarista do que Tarcísio. O filho do ex-presidente tem a intenção de voto de 90% da parcela desse grupo, enquanto o governador alcança 73% do campo num cenário de segundo turno contra Lula.

Apesar de aparecer bem posicionado na pesquisa e entre bolsonaristas, Flávio enfrenta rejeição maior que os outros nomes do campo colocados na disputa quando considerado o eleitorado como um todo. Somam 60% os eleitores que dizem conhecê-lo e que não votariam nele. Esse índice é de 54% para Lula e de 47% para Tarcísio.

Além disso, 54% dos eleitores defenderam que Bolsonaro errou ao indicar o filho como pré-candidato, enquanto 36% dizem que o ex-presidente acertou na escolha. Entre eleitores da direita não bolsonarista, 38% consideram que Bolsonaro não deveria ter indicado Flávio, ante 16% dos que se declaram bolsonaristas