Lula sanciona isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e sinaliza apoio para isentar PLR

 

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A isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, projeto que foi a principal promessa da campanha de Lula, foi sancionada nesta quarta-feira (26) na presença de vários parlamentares e sindicalistas.

Evento foi feito em tom de campanha, com muitos recados ao Congresso Nacional, mas afagos aos dois presidentes, Hugo Motta e Dani Alcolumbre, que não estiveram presentes. O governo conseguiu lotar o Palácio do Planalto, mas ficou bastante frustrado com essas ausências.

Mesmo assim, no discurso oficial, a ministra de Relações Institucionais, Gleice Hoffmann, fez um afago aos dois e elogiou a atuação, tanto de Motta quanto de Alcolumbre.

"O Congresso Nacional teve sensibilidade para compreender esse objetivo e, por isso, eu quero agradecer cada deputado, cada deputada, senador e senadora. Agradecer também aos presidentes Hugo Motta da Câmara e Davi Alcolumbre do Senado. A ausência dos presidentes em nada ou fusca a importante condução e apoio que deram a essa matéria".


O ministro Fernando Haddad exaltou o presidente Lula, falou em justiça tributária e numa tentativa de distensionar a relação com o Congresso, disse que o Brasil precisa também da liderança de Hugo Motta e Davi Alcolumbre. O governo ainda depende do Congresso pra fechar as contas do próximo ano. Em meio aos ajustes fiscais, o presidente lula fez um discurso voltado para os trabalhadores com críticas aos mais ricos e disse que governar pra quem consegue viajar ao exterior é fácil. Ele defendeu a isenção do Imposto e Renda sobre o dinheiro recebido como PLR – Participação nos Lucros e Resultados. A demanda é dos sindicalistas. Lula disse que enquanto banqueiro recebe bônus e quem ganha dividendo não paga imposto, os mais pobres são taxados. E defendeu mudanças na jornada de trabalho.


"Eu estava ouvindo aqui o Lira falar para o Moisés da participação no lucro. É uma coisa que a gente vai ter que avançar.Nós temos que saber quando, mas nós vamos ter que avançar. São coisas que a sociedade moderna do século XXI exige. A gente não pode continuar com a mesma jornada de trabalho de 1943. Não é possível".


O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse, no entanto, que a proposta não está em discussão na Fazenda para o curto prazo. Lula ainda disse no discurso que o brasileiro tem que acabar com complexo de vira-lata e citou as negociações com Donald Trump ao dizer que o Brasil não se lascou como alguns achavam que seria.