Lula reafirma que vetará PL da Dosimetria: 'se quiserem, que derrubem'
O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (19), durante evento em São Paulo, que vai vetar o projeto de lei que reduz penas para os envolvidos nos atos golpistas e disse que caberá ao Congresso decidir se derruba ou não a medida. A declaração foi feita após o público reagir com gritos de “sem anistia” ao discurso.
Em dado momento do evento, Lula falou das condenações do ex-presidente Jair Bolsonaro e de quatro generais por tentativa de golpe de Estado, que incluía um plano para assassiná-lo. Em resposta à reação do público, o presidente voltou a defender o veto ao projeto aprovado pelo Congresso.
“Com todo o respeito aos deputados e senadores que votaram a favor da lei da redução da pena, eu quero dizer para vocês que eu vou vetar essa lei. Se eles quiserem, que derrubem o meu veto”, afirmou.
Eleições 2026
Antecipando a campanha eleitoral do ano que vem, Lula declarou que o país não pode permitir que a extrema-direita fascista retorne ao poder. Sem citar o nome de Jair Bolsonaro, o presidente lembrou dos mais de 700 mil mortos na pandemia e disse que negacionistas e fascistas não podem voltar a governar por meio de mentiras na internet.
O presidente, que já afirmou diversas vezes que pretende disputar a reeleição, disse ter a obrigação de não permitir que a democracia dê um passo para trás e mandou um recado direto a possíveis adversários.
“Estou terminando o governo num momento muito bom. Sei que tem muita gente já pensando nas eleições de 2026. Eu ainda não posso pensar porque ainda tenho que trabalhar. Mas deixa eles pensarem. E, quando quiserem, venham. Porque vamos dar uma surra em quem se meter a achar que a extrema-direita vai voltar a governar este país”, disse.
A fala de Lula ocorreu durante a celebração de Natal dos catadores de materiais recicláveis, evento do qual ele participa todos os anos desde o primeiro mandato, em 2003. O discurso também foi marcado por críticas ao preconceito e a políticas que dificultam a atividade dos catadores, que o presidente classificou como um “trabalho nobre” e pouco reconhecido.
A cerimônia contou com a presença de ministros de Estado, como Fernando Haddad, da Fazenda, e Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, que anunciou R$ 162 milhões em programas voltados ao apoio de catadores e à reciclagem.
