Lula pede a ministros que liguem a senadores para pedir apoio à indicação de Messias para o STF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a seus ministros que liguem a senadores para pedir apoio ao advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente à vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). O nome de Messias enfrenta resistências na Casa, de quem depende para emplacar a nomeação à Corte.
— Todo o mundo que puder, por favor, quem tiver um senador amigo não deixe de ligar para desejar feliz Natal e pedir voto para o Messias — disse Lula a ministros no fim da última reunião ministerial de 2025.
Lula defendeu a indicação do ministro-chefe da AGU ao cargo e disse que Messias demonstrou mérito.
— Não indiquei o Messias porque ele é meu amigo, indiquei porque ele é um grande advogado e o país tem gratidão pelo que ele fez em defesa da presidenta Dilma Rousseff e desde lá ele continua sendo leal. Só para saber a indicação dele é por mérito, não é por amizade pessoal — afirmou o presidente. Messias é considerado pupilo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que teve sua preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) preterida por Lula para a nomeação ao STF, tentou pautar a sabatina de Messias para 10 de dezembro. Ele precisou recuar, porém, porque o Planalto ainda não enviou ao Congresso a mensagem presidencial que comunica a indicação. A manobra do governo garantiu mais tempo para que o ministro se reunisse com parlamentares e dirimisse parte da resistência a seu nome.
Servidor público de carreira, o ministro-chefe da AGU foi procurador do Banco Central e da Fazenda Nacional. Ao se envolver no movimento sindical das carreiras da AGU, atuou no Ministério da Educação, na gestão de Mercadante, onde foi secretário de Regulação. Foi nesse período que passou a se aproximar de dirigentes do PT.
No governo Dilma, Messias foi subchefe de Assuntos Jurídicos e trabalhava com a ex-presidente em um dos momentos mais delicados do PT no Palácio do Planalto, quando teve seu nome nacionalmente exposto por uma interceptação telefônica de conversa entre Lula e Dilma divulgada na Lava Jato, em março de 2016.
Na ocasião, Dilma avisou a Lula que enviaria, por meio de “Bessias”, um termo de posse para que ele assinasse e, assim, se tornasse ministro da Casa Civil. A interceptação foi captada depois que o então juiz Sergio Moro havia mandado as operadoras de telefonia interromperem as gravações, o que levou à sua divulgação ser considerada ilegal pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
