Lula nomeia Gustavo Feliciano para o Turismo e busca reaproximação com União Brasil

 

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O presidente Lula nomeou nesta quarta-feira Gustavo Feliciano como novo ministro do Turismo. Ele assume a pasta no lugar de Celso Sabino, que deixou o cargo após ser expulso do União Brasil por contrariar a orientação do partido e permanecer no governo.

A escolha de Feliciano é vista como uma tentativa de reaproximação do Planalto com o União Brasil e, sobretudo, com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, principal articulador da indicação. A cerimônia de posse foi realizada no Palácio do Planalto, mas Lula não discursou, abrindo espaço para que Hugo Mota fizesse a fala principal do evento.

Gustavo Feliciano foi secretário de Turismo da Paraíba, estado governado politicamente por aliados de Hugo Mota, e é filho do deputado Damião Feliciano, do União Brasil paraibano. Apesar da ligação familiar, o novo ministro não é filiado ao partido, mas sua chegada à Esplanada é tratada como um gesto político para estreitar laços com a legenda.

Nos bastidores do Congresso, a expectativa é de que a nomeação possa garantir ao governo ao menos 20 votos da bancada do União Brasil em votações estratégicas na Câmara dos Deputados. Atualmente, o partido conta com 59 parlamentares e, mesmo tendo quadros no governo, vinha votando majoritariamente contra interesses do Palácio do Planalto.

A articulação ocorre em um contexto de olho em 2026, ano eleitoral, quando o governo busca ampliar sua base de sustentação no Legislativo. Além da movimentação no Ministério do Turismo, Lula também tem sinalizado gestos a outros segmentos políticos e sociais.

Nesta mesma agenda, o presidente assina um decreto que reconhece a cultura gospel como manifestação da cultura nacional, medida interpretada como uma tentativa de aproximação com o eleitorado evangélico, faixa da população onde Lula enfrenta índices mais elevados de rejeição.