Lula diz ter mandado mensagem a Trump para agradecer retirada de sanções e dizer que há 'mais coisas a acertar'

 

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou já ter mandado uma mensagem de agradecimento ao presidente americano, Donald Trump, pela decisão de ter retirado o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a mulher do ministro, Viviane Barci de Moraes, e o instituto da família do magistrado da lista de sancionados da Lei Magnitsky, na última sexta-feira.

Lula deu a declaração em entrevista ao canal de televisão SBT News, gravada na sexta-feira, mas só exibida nesta segunda.

— Já mandei uma mensagem agradecendo (...), dizendo "olha, muito obrigado (por ter tirado Alexandre de Moraes e a esposa da lista de sancionados pela Lei Magnitsky), ainda tem mais coisas para acertar entre nós". Tenho certeza de que vai dar certo a nossa relação de comércio e a nossa relação política — afirmou Lula.

O presidente reiterou que não tem interesse em brigas com os Estados Unidos, mas que já na semana anterior à revogação das sanções contra Moraes havia pedido a revogação de punições contra autoridades brasieiras. O ministro do STF e a esposa eram os únicos brasileiros na lista de sancionados pela Magnitsky, norma criada para punir com bloqueios diplomáticos e financeiros grandes violadores de direitos humanos e envolvidos em grandes casos de corrupção. A aplicação da lei aos Moraes era amplamente criticada por especialistas como irregular por ter sido uma mera retaliação ao ministro devido à sua atuação na ação penal da trama golpista que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão.

— Na semana passada (retrasada), resolvi mandar uma mensagem para ele (Trump): precisa liberar todos os meus ministros que ele colocou nessa lei que pune pessoas de outros países. E disse a ele que era importante lembrar que meus ministros estão sendo punidos porque cumpriram a Constituição — afirmou Lula.

O presidente se disse feliz ao receber a notícia da revogação das punições contra os Moraes e que as perspectivas de que outras sanções diplomáticas contra outras autoridades, como a revogação de vistos de outros ministros do STF e de seu governo, devem acabar. Entre os que tiveram vistos revogados estão os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Ricardo Lewandowski (Justiça), além dos membros da Suprema Corte Edson Fachin, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Flavio Dino e Gilmar Mendes.

— (Trump) vai tirar (as sanções) sobre os outros que eu vou continuar insistindo com ele. A gente vai voltar à normalidade, porque eu acredito no poder da palavra — disse Lula.