Lula diz que vai ter conversa com Trump sobre Venezuela antes do Natal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que é preciso haver diálogo na resolução da crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela e que já ofereceu aos presidentes Donald Trumo e Nicolás Maduro a mediação do Brasil para uma negociação entre os dois países.
— Estou pensando antes de chegar o Natal eu possivelmente tente conversar com o presidente Trump outra vez para saber o que é possível o Brasil contribuir para que a gente tenha um acordo diplomático e não uma guerra fratricida — disse Lula.
O presidente mencionou outras conversas que já teve neste mês com os dois líderes.
— Eu disse para o Trump da preocupação com a Venezuela, que as coisas não se resolveriam dando tiro. Nunca ninguém disse concretamente por que é preciso fazer essa guerra. Não sei se o interesse é no petróleo da Venezuela, nos minerais críticos, nas terras raras. Ninguém coloca na mesa o que quer. Falei para o presidente Maduro que se ele quisesse que o Brasil ajude, ele tinha que dizer o que ele gostaria que a gente fizesse — afirmou.
Nas últimas semanas, a crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela escalou. O governo do presidente Donald Trump anunciou um bloqueio naval “total e completo” a petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, intensificando a pressão sobre Caracas ao atingir diretamente o petróleo, principal setor de receita do país, e ampliando as medidas que Washington apresenta como parte de uma campanha contra tráfico de drogas.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro, por sua vez, qualificou o bloqueio como uma grave violação do direito internacional, acusando os EUA de “pirataria” e intervenção imperialista nos assuntos internos venezuelanos. Trump, que não reconhece a legitimidade de Maduro na presidência, já o exortou a renunciar.
Nesta semana, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo público para que ambas as partes exerçam contenção e desescalem imediatamente as tensões, reforçando os princípios do direito internacional e a necessidade de preservar a estabilidade regional.
Na América Latina, líderes se posicionaram em relação ao agravamento das tensões. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu à ONU uma intervenção para evitar derramamento de sangue e ofereceu seu país como espaço neutro para negociações, enquanto chancelerias como as da China e da Rússia reafirmam apoio à soberania venezuelana, criticando as medidas americanas como unilateralismo e advertindo contra um “erro fatal” que poderia desestabilizar o Hemisfério Ocidental.
