Lula diz que conversou com Trump sobre 'o maior devedor deste país', que mora em Miami: 'Vamos prendendo logo esse aí'

 

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter conversado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre "um dos grandes chefes do crime organizado" no Brasil e que mora em Miami.

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Lula não o citou nominalmente, mas se referia ao empresário Ricardo Magro, dono do Grupo Refit, alvo da Polícia Federal no final de novembro contra esquema de sonegação fiscal. O presidente afirmou que se os Estados Unidos quiserem ajudar o Brasil no combate ao crime podem fazê-lo "prendendo logo esse aí".

— Eu liguei para o Trump dizendo pra ele que se ele quiser enfrentar o crime organizado, nós estamos à disposição. E mandei para ele no mesmo dia a proposta do que nós queremos fazer. Disse para ele, inclusive, que um dos grandes chefes do crime organizado brasileiro, que é o maior devedor deste país, que é importador de combustível fóssil, mora em Miami. Então, se quiser ajudar, vamos ajudar prendendo logo esse aí— afirmou Lula, durante discurso em evento de regulamentação de novas regras da CNH.

Na véspera da conversa com Trump, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez uma apresentação sobre as fraudes a Lula e a ministros em reunião no Palácio do Planalto. De acordo com investigações do órgão, o Grupo Refit teria movimentado R$ 72 bilhões em um ano para ocultar lucros por meio de offshores em Delaware, que é um paraíso fiscal. Ao fim da reunião, o presidente pediu que o material da apresentação fosse traduzido para o inglês para que pudesse ser usado na conversa com Trump. A mais recente ligação entre Lula e Trump ocorreu em 2 de dezembro.

Em 27 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Poço de Lobato, sobre fraudes atribuídas ao Grupo Refit, dono da Refinaria de Manguinhos (RJ). Essa ação da PF revelou um esquema de sonegação fiscal que, segundo o governo de São Paulo, chegava a R$ 350 milhões por mês e envolvia importadoras, distribuidoras, formuladoras, postos, fundos de investimento e empresas de fachada no Brasil e no exterior.

Quando a investigação foi deflagrada, a Refit disse que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação estão sendo questionados pela companhia judicialmente. “Trata-se, portanto, de uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos. Todos os tributos estão devidamente declarados portanto não havendo que se falar em sonegação”.