Lula diz que 2026 será 'o ano do teste da verdade' e defende debate amplo sobre eleições
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (16) que as eleições de 2026 serão “o ano do teste da verdade” para o país. Sem comentar diretamente a pesquisa Genial/Quaest, o chefe do Executivo disse que pretende iniciar, a partir de janeiro, um debate público sobre as responsabilidades de cada grupo político e as escolhas feitas ao longo dos últimos anos.
Segundo o presidente, a ideia é esclarecer à sociedade “quem fez o quê, quem cuidou de quem” para que os eleitores tenham clareza na escolha de deputados, governadores, senadores e do próximo presidente da República. Lula ressaltou que o debate não pode se restringir aos aliados e que é necessário dialogar com diferentes setores da sociedade.
As declarações foram feitas durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. No evento, Lula comentou ainda que convidou os presidentes dos três Poderes para uma reunião sobre o enfrentamento da violência contra a mulher. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, não participaram por estarem envolvidos no esforço concentrado da reta final dos trabalhos no Congresso. O encontro contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
Durante a reunião, Lula afirmou que a violência e o feminicídio são problemas que dizem respeito principalmente aos homens e defendeu que o tema seja debatido também nas escolas. Segundo ele, é necessário combater a ideia de superioridade masculina desde cedo e promover uma mudança de comportamento na sociedade.
Acordo Mercosul e UE
O presidente também falou sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Lula disse acreditar que a assinatura possa ocorrer ainda no sábado e afirmou que espera uma postura mais favorável do presidente da França, Emmanuel Macron, e da primeira-ministra da Itália.
Segundo Lula, a União Europeia está disposta a avançar com o acordo, mas há resistência do governo francês por receio de perda de competitividade no setor agrícola. O presidente afirmou que tem dialogado com Macron para mostrar que os produtos brasileiros e franceses são distintos e que o Brasil, segundo ele, tem feito mais concessões do que os europeus.
Lula viaja no sábado para Foz do Iguaçu, onde participa de uma reunião da Unasul com representantes da União Europeia, e disse esperar que o encontro traga avanços concretos para a conclusão do acordo.
