Lula confirma participação em reunião da Celac para discutir ofensiva militar na Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Européia , no dias 9 de novembro, em Santa Marta, na Colômbia, para tratar das ameaças de ofensiva militar dos Estados Unidos contra a Venezuela.
Lula participará do primeiro dia da cúpula e voltará a Belém para a abertura da COP30 na segunda-feira. A reunião da Celac com a União Européia terá prosseguimento na segunda-feira.
Na terça-feira, em entrevista a agências internacionais em Belém, Lula disse que a Celac teria que discutir a questão das ameaças de ofensiva militar na região.
— A reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra americanos — disse.
Os Estados Unidos enviaram navios para o Caribe e caças para Porto Rico como parte de uma grande força militar que Washington alega ter como objetivo conter o tráfico de drogas. Nos últimos dias, a conta oficial do Comando Sul dos EUA (Southcom) publicou nas redes sociais vídeos em que militares americanos destacados no Caribe aparecem com metralhadores e realizam operações com munição real.
Especialistas dizem que os ataques, que começaram no início de setembro, configuram execuções extrajudiciais, mesmo que tenham como alvo traficantes de drogas conhecidos. Washington ainda não divulgou nenhuma prova de que seus alvos estivessem envolvidos com tráfico de drogas ou representassem uma ameaça aos EUA.
Na sexta-feira, as Nações Unidas instaram Washington a interromper seus ataques. O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, disse que essas pessoas foram mortas "em circunstâncias que não encontram justificativa no direito internacional".
Trump afirmou que não planeja ataques contra a Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro, acusado nos Estados Unidos por crimes relacionados ao narcotráfico, alega que o republicano quer impor uma "mudança de regime" para se apoderar do petróleo venezuelano.