Libertadores: Vices em edições anteriores, palmeirenses tentam redenção na busca pela Glória Eterna

 

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Entre diversas possibilidades de histórias marcantes para a final da Libertadores de hoje, em Lima, uma tem a capacidade de reunir três possíveis destaques: a dos que terão uma segunda chance na busca pela Glória Eterna. Vice-campeões em edições anteriores, Andreas Pereira, Vitor Roque e Bruno Fuchs tentarão fazer com que o Palmeiras vença o Flamengo e, consequentemente, se torne o primeiro brasileiro tetracampeão do principal torneio da América do Sul.

Andreas Pereira é o principal personagem não só do trio, como da decisão. O ex-Flamengo reencontrará a equipe à qual fez diversas juras de amor no mesmo palco em que foi de destaque a vilão. Na final de 2021, quando estava emprestado pelo Manchester United e era um dos melhores jogadores do rubro-negro, Andreas ficou marcado ao refugar tentativa de passe no campo de defesa e entregar o gol do título do Palmeiras, marcado por Deyverson.

Flertes em vão

Não fosse esse fatídico lance, não é nenhum absurdo afirmar que Andreas poderia estar em campo logo mais de vermelho e preto, e não de verde e branco.

O erro fez do meia o principal alvo de críticas de boa parte da torcida do Flamengo. Andreas já relatou, por exemplo, que precisou andar com carro blindado pela sensação de insegurança. Em meio a tudo isso, sua compra pelo Flamengo junto ao United, que estava encaminhada por 10 milhões de euros (cerca de R$ 57 milhões na cotação da época), foi cancelada com a justificativa da penhora do Banco Central sofrida pelo clube no valor de R$ 130 milhões.

Diversos flertes ainda aconteceriam entre Flamengo e Andreas Pereira: clube chegou a buscar informações sobre o meia com o Fulham, seu clube mais recente na Inglaterra; Andreas, por sua vez, cavou o retorno ao rubro-negro em algumas oportunidades, com juras de amor e falas de que “devolveria a Libertadores” ao time do coração. Quis o destino, porém, que o caminho do brasileiro fosse justamente o clube que o fez vilão — também por 10 milhões de euros (R$ 63 milhões). Quem sabe agora para ser herói.

— O que aconteceu no passado passou. São coisas normais, provocação de torcida é normal. Eu sou profissional e não fico vendo isso. Estou focado em estar aqui e me adaptar o mais rápido. Não ligo muito para essas coisas, quero mostrar meu futebol para a torcida fazendo gols, dando assistências e conquistando vitórias, que é o mais importante — disse Andreas, em sua apresentação no Palmeiras em setembro.

Desde então, foram 18 partidas, com dois gols e uma assistência.

Esperança de gol

Um bom desempenho de Andreas em campo é importante para o coletivo do Palmeiras, mas principalmente para Vitor Roque. Em má fase, assim como o setor ofensivo da equipe como um todo, o Tigrinho disputará a sua segunda final de Libertadores. Na primeira, em 2022 perdeu para o Flamengo pelo Athletico-PR.

Em 65 minutos em campo naquela decisão, Roque, que tinha apenas 17 anos, teve atuação apagada. Foram apenas três passes certos em cinco tentativas, oito perdas de posse da bola, uma falta sofrida e uma finalização. Agora, aos 20 e com status de contratação mais cara da história do Palmeiras — que pagou 25,5 milhões de euros (R$ 152 milhões) ao Barcelona —, está mais maduro e credenciado como a principal esperança de gol do time de Abel Ferreira. Até aqui foram 20 na temporada, além de cinco assistências, em 54 partidas.

Já no setor defensivo, Bruno Fuchs, que se tornou uma espécie de coringa nos esquemas táticos de Abel, é uma das gratas surpresas positivas na temporada do Palmeiras. Emprestado pelo Atlético-MG até dezembro, deve ter a opção de compra de 3,5 milhões de euros (R$ 21,7 milhões) exercida.

No clube mineiro, Fuchs teve pouco brilho. Tanto é que, mesmo com a tática de três zagueiros adotada pelo Galo na final da Libertadores do ano passado, sequer foi utilizado na derrota por 3 a 1 para o Botafogo. Já no Palmeiras, agradou à comissão técnica de Abel Ferreira pela versatilidade.

Em partidas recentes, o zagueiro chegou a atuar de volante — uma amostra de que, além da solidez defensiva, a capacidade na construção das jogadas é uma de suas qualidades. Hoje, porém, é provável que o técnico escale Fuchs como terceiro zagueiro, junto de Gustavo Gómez e Murilo.