Justiça dos EUA autoriza divulgação de documentos sobre júri do ex de Jeffrey Epstein
O tribunal federal distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York acatou o pedido do Departamento de Justiça americano para divulgar documentos do júri do caso envolvendo Ghislaine Maxwell, ex do criminoso sexual Jeffrey Epstein.
Maxwell foi presa por tráfico sexual e tenta a libertação da prisão, alegando que não teria relações com as ações de Epstein.
O tribunal citou uma lei recente aprovada pelo Congresso ao emitir sua ordem e parecer, que, segundo o tribunal, também permitia ao departamento modificar uma ordem de proteção, emitida em julho de 2020.
O Senado americano anunciou que enviou nesta em 19 de novembro de forma oficial para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o projeto de lei que exige que o Departamento de Justiça divulgue todos os documentos relativos às investigações contra o criminoso sexual Jeffrey Epstein.
O caso foi votado na casa e também na Câmara dos Representantes nessa terça-feira (18), sendo aprovado nas duas com votos bipartidários.
A assinatura abriria as portas para a divulgação de um grande novo conjunto de documentos, entre diversos materiais até agora não revelados.
O projeto de lei exigiria que o procurador-geral tornasse públicos todos os registros, documentos, comunicações e materiais de investigação não classificados que estejam em posse do Departamento de Justiça, do FBI e dos escritórios dos procuradores federais, no prazo de 30 dias após a sua entrada em vigor.
Jeffrey Epstein e Donald Trump em foto juntos.
Reprodução
Eles foram juntados em investigações federais da Flórida e de Nova York por mais de uma década.
Os documentos podem incluir registros bancários, correspondências, entrevistas com testemunhas e comunicações, ou outros arquivos recuperados dos dispositivos eletrônicos de Epstein.
Apesar da expectativa, uma investigação recentemente anunciada pelo governo dos EUA pode complicar a divulgação.
A procuradora-geral americana, Pam Bondi, afirmou na última semana que pediu ao procurador federal Jay Clayton que abrisse uma investigação horas depois de Trump exigir uma apuração contra vários democratas proeminentes e instituições financeiras.
O deputado republicano Thomas Massie, do Kentucky, disse na segunda-feira (17) que teme que a nova investigação possa ser usada para bloquear a divulgação de alguns arquivos. O Departamento de Justiça e Bondi não se pronunciaram mais sobre a investigação de Clayton.
O caso Epstein voltou aos holofotes em julho, após o Departamento de Justiça reafirmar que o empresário cometeu suicídio e negar a existência de uma "lista de clientes" envolvidos nos abusos sexuais.
Acusado de comandar uma rede de tráfico sexual envolvendo dezenas de meninas menores de idade no início dos anos 2000, Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. Ele foi encontrado morto na prisão em 2019, em um aparente suicídio.
Quadro de Epstein com o papa João Paulo II na mansão.
Reprodução/Comitê de Supervisão dos Democratas
Entrada da ilha de Jeffrey Epstein.
Reprodução/Comitê de Supervisão dos Democratas
