Insegurança alimentar grave atinge mais de 6,4 milhões de brasileiros, aponta levantament do IBGE
Apesar de ainda alto, o número absoluto é o menor já registrado em pesquisas do IBGE desde o início da série histórica, em 2004. Números são relativos a 2024 A insegurança alimentar grave atingia mais de 6,4 milhões de brasileiros em 2024. O recorte representa famílias que convivem com a ameaça de fome todos os dias. Apesar de ainda alto, o número absoluto é o menor já registrado em pesquisas do IBGE desde o início da série histórica, em 2004.
Comparando com 2023, o número de pessoas no Brasil nessa situação caiu 2,2 milhões. Os dados são da PNAD Contínua: Segurança Alimentar 2024, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE. O levantamento aponta que todos os níveis de insegurança alimentar diminuíram: a grave saiu de 4,1% para 3,2%; a moderada, de 5,3% para 4,5%; e a leve passou de 18,2% para 16,4%.
Ao todo, um a cada quatro lares brasileiros vive algum grau de insegurança alimentar, seja leve, moderada ou grave. O índice revela uma melhora no cenário, já que, segundo o IBGE, a proporção de domicílios brasileiros com algum grau de insegurança alimentar caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% em 2024, o que representa cerca de 2,2 milhões de lares a menos nessa condição.
As regiões Norte e Nordeste continuam concentrando as maiores proporções de insegurança alimentar no país, com 37,7% e 34,8% dos lares afetados, respectivamente. A situação mais crítica é observada na região Norte, onde 6,3% dos domicílios convivem com insegurança alimentar grave.
O levantamento mostra ainda que o problema é mais frequente em áreas rurais do que nas zonas urbanas. Três em cada cinco lares com algum nível de insegurança alimentar têm mulheres como responsáveis, enquanto homens estão à frente em 40,1% dos casos. Entre os domicílios afetados, mais da metade tem como responsável uma pessoa parda. Nos casos de insegurança alimentar grave, essa participação sobe para 56,9%, mais que o dobro da observada entre os responsáveis brancos (24,4%).
O grau de escolaridade também influencia diretamente a vulnerabilidade: 65,7% dos lares em insegurança alimentar grave têm responsáveis com, no máximo, o ensino fundamental completo. Já entre os domicílios com segurança alimentar, 64,9% dos responsáveis têm ao menos o ensino médio incompleto.
A idade dos moradores também é um fator. Crianças e adolescentes são os mais afetados: 3,3% das pessoas de 0 a 4 anos e 3,8% de 5 a 17 anos vivem em lares com insegurança alimentar grave. Entre idosos com 65 anos ou mais, a taxa cai para 2,3%.
A renda permanece como o principal determinante. Dois em cada três domicílios com renda per capita de até um salário mínimo estavam em situação de insegurança alimentar em 2024. Nos casos moderado ou grave, essa proporção sobe para 71,9%.
