Homem é indiciado por homicídio culposo após matar faxineira que tentou entrar em casa errada e pode pegar até 30 anos de prisão nos EUA
Um morador do estado da Indiana, nos Estados Unidos, foi acusado, nesta segunda-feira, de homicídio culposo pela morte da faxineira guatemalteca de 32 anos assassinada com um tiro na cabeça ao tentar entrar na casa errada, no início deste mês.
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O acusado, Curt Andersen, de 62 anos, é proprietário da residência em Whitestown, subúrbio de Indianápolis, onde a faxineira chegou acompanhada do marido antes do amanhecer de 5 de novembro. Ele foi indiciado por homicídio culposo voluntário — crime punido com pena de 10 a 30 anos de prisão — e levado para a cadeia.
A vítima, María Florinda Ríos Pérez de Velásquez, de 32 anos, era mãe de quatro filhos, o mais novo com 1 ano, e chegou da Guatemala com o marido há cerca de três anos, segundo o irmão dela.
De acordo com as autoridades, Andersen, ex-enfermeiro da Marinha, disse à polícia que dormia com a mulher no segundo andar da casa havia algumas horas quando foi despertado por um barulho na porta da frente. Pela janela, afirmou ter visto duas pessoas e acreditar imediatamente que tentavam invadir a residência, segundo relatório apresentado ao tribunal por um detetive da polícia.
Ele então pegou uma pistola Glock — que disse ter comprado neste ano e jamais utilizado —, carregou a arma e foi até o topo da escada, de onde disparou em direção à porta. O tiro atravessou a madeira e atingiu Ríos Pérez de Velásquez na cabeça. Ela morreu na hora.
Andersen afirmou aos policiais que não tentou se comunicar com quem estava do lado de fora antes de atirar e que se sentiu “aterrorizado”, acreditando estar diante de uma tentativa de invasão. Instantes depois do disparo, ele ouviu som de choro do lado de fora e pediu à esposa que ligasse para a polícia, de acordo com os documentos judiciais.
O advogado de Andersen, Guy Relford, declarou em nota que a morte da faxineira foi “uma tragédia terrível”, mas sustentou que seu cliente agiu amparado pelas leis de legítima defesa de Indiana — conhecidas como “stand your ground” e, no caso de residências, pela chamada “doutrina do castelo”.
Andersen ainda não apresentou declaração formal de defesa. A primeira audiência está marcada para a manhã de sexta-feira.
