Guatemala rescinde contrato com a ONU em meio a alegações de corrupção

 

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O governo do presidente da Guatemala Bernardo Arévalo anunciou, na segunda-feira, a rescisão de um contrato com uma agência da ONU para a compra de suprimentos médicos, em meio a alegações de corrupção feitas pela Procuradoria-Geral da República.

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Em 21 de outubro, o Procurador-Geral Rafael Curruchiche acusou o governo de "corrupção" por assinar o acordo entre o Ministério da Saúde e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS).

O contrato de US$ 943,9 milhões para a compra de medicamentos e equipamentos foi assinado em abril de 2024 e rescindido em 17 de outubro "por mútuo acordo", informou a Presidência da República em um comunicado à imprensa.

Para Curruchiche, sancionado pelos Estados Unidos e pela União Europeia por ser "corrupto" e "antidemocrático", o acordo é "prejudicial aos interesses do país".

Ele argumenta que o contrato deveria ter sido "aprovado" pelo Congresso, e não assinado pelo ex-ministro da Saúde, Óscar Cordón, e pelo diretor local da UNOPS.

Um juiz expediu um mandado de prisão contra Cordón, e o Ministério Público solicitou a suspensão da imunidade parlamentar do atual ministro da Saúde, Joaquín Barnoya. Ambos são acusados ​​de associação ilícita, abuso de poder e peculato.

Além disso, o Ministério Público afirmou que o contrato foi encomendado pelo presidente e seu irmão, Martín Arévalo, que é funcionário da UNOPS em Roma — alegação que o presidente nega.

"A suspensão e a rescisão do contrato por mútuo acordo são medidas tomadas antes das ações do Ministério Público", diz o comunicado.

Arévalo mantém uma longa disputa com a Procuradora-Geral Consuelo Porras, a quem acusa de orquestrar um "golpe" ao abrir investigações questionáveis ​​para impedi-lo de assumir a presidência em janeiro de 2024.

O presidente não tem poder para destituir Porras, que também é alvo de sanções de Washington e Bruxelas e cujo mandato termina em maio de 2026.

Em 30 de outubro, a Procuradoria-Geral solicitou a suspensão da imunidade parlamentar do presidente para investigá-lo por suposta negligência no cumprimento do dever relacionada à fuga da prisão de 20 líderes da gangue Barrio 18. Os tribunais ainda não se pronunciaram sobre o pedido.