Greve de ônibus e chuva forte causam maior trânsito do ano em São Paulo

 

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A cidade de São Paulo registrou o maior congestionamento de veículos do ano no fim de tarde desta terça-feira, após uma greve de ônibus e uma forte chuva.

Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo iniciaram uma paralisação no fim da tarde que atingui linhas de toda a capital paulista. O caso ocorre após as empresas que operam na cidade supostamente atrasarem o pagamento do 13º salário, segundo o sindicato da categoria. Com as manifestações, a prefeitura suspendeu o rodízio de veículos.

Na cidade, 3,3 milhões de pessoas foram afetadas pela paralisação, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito. Às 19h, São Paulo chegou a 1.486 quilômetros de lentidão, o maior índice registrado em 2025.

Ao longo da tarde, a entrada de um ciclone extratropical pela costa brasileira impactou severamente a infraestrutura da Região Metropolitana de São Paulo, piorando o trânsito. Segundo balanço divulgado pela Enel, cerca de 100 mil clientes estão sem energia elétrica devido às chuvas persistentes e às fortes rajadas de vento que atingem a área desde o início da tarde de hoje.

Além dos apagões, o cenário nas ruas exigiu intensa atuação do Corpo de Bombeiros. Entre a meia-noite e as 17h30, a corporação atendeu a 193 chamados para quedas de árvores na capital e no interior. Um dos incidentes ocorreu na Avenida 23 de Maio, na Bela Vista, onde um tronco atingiu veículos no final da tarde. Apesar do susto e do registro de três solicitações para desabamentos e quatro para enchentes, não há informações de vítimas.

Alerta meteorológico e riscos

A instabilidade em São Paulo é impulsionada pela formação do sistema no oceano Atlântico, que coloca em alerta não apenas o território paulista, mas também os estados do Sul. O fenômeno deve influenciar o clima até a próxima quinta-feira, trazendo riscos de granizo e precipitação volumosa.

Ciclone extratropical que se formou entre o Paraguai e a Argentina

Divulgação/MetSul

De acordo com a Defesa Civil estadual, as rajadas de vento podem superar os 90 km/h, especialmente na faixa leste, elevando o perigo de danos a estruturas frágeis e novas interrupções no fornecimento de eletricidade.

Diante da previsão adversa, o governo de São Paulo ativou um gabinete de crise. Desde a manhã, representantes de agências reguladoras, concessionárias, manutenção rodoviária e serviços de emergência estão reunidos em sala de situação.

Embora a Serra da Mantiqueira seja apontada como a área de maior vulnerabilidade, o Vale do Ribeira, as regiões de Sorocaba, Campinas e todas as cidades litorâneas permanecem sob vigilância constante devido ao risco de ressaca.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta volumes pluviométricos entre 50 e 100 milímetros por dia. As autoridades recomendam que a população evite permanecer em locais arborizados durante as ventanias e jamais tente atravessar áreas alagadas ou com enxurradas.