Governo e oposição disputam a presidência de CPI do crime organizado

 

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A relatoria deverá ficar com o senador Alessandro Vieira. O autor da proposta fala em tratar o tema como um problema nacional e pretende afastar nomes midiáticos da comissão parlamentar de inquérito. Apesar disso, governistas projetam que a CPI pode se tornar palanque eleitoral da direita O PT e o PL buscam o protagonismo na CPI do crime organizado. Prevista para ser instalada na próxima terça-feira, o partido do governo pretende indicar o senador Fabiano Contaratto ou o líder da sigla no Senado, Rogério Carvalho para a presidência da comissão. O PL, por sua vez, quer emplacar o nome de Flávio Bolsonaro, integrante da bancada da bala.

O senador Alessandro Vieira, que deverá ser o relator, pretende votar na terça-feira, logo após a instalação da CPI, o plano de trabalho e os primeiros requerimentos de convite, convocação e informação. Entre os possíveis convidados e convocados, deverão estar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o governador do Rio, Cláudio Castro, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Vieira também disse à reportagem que não pretende convocar nomes midiáticos, a exemplo do rapper Oruam, que é acusado de envolvimento com o Comando Vermelho, ou ainda ex-integrantes de facções.

Membro titular da comissão, o líder do PSD no Senado, Otto Alencar, afirma que é possível chegar a bons resultados sem apelo eleitoral.

No entanto, a CPI corre o risco de se tornar palanque eleitoral da direita. O senador Márcio Bittar, suplente na CPI, afirmou que será impossível não apontar o dedo para o governo Lula.

Em outra frente, o governo enviou na sexta ao Congresso o projeto de lei antifacção. O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou que dará prioridade para a votação da proposta que mira grupos criminosos como o Comando Vermelho e o PCC. O projeto aumenta para até 30 anos penas integrantes de facções e prevê mecanismos que aumentam o poder do Estado e das polícias na investigação e asfixiamento financeiro de organizações criminosas.