Governo adia parte da análise de vetos ambientais, mas ainda enfrenta risco de derrota no Congresso

 

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Adiamento parcial evita derrota maior, mas clima no Congresso segue desfavorável ao governo. O governo conseguiu adiar parte da análise dos vetos ao projeto de lei do licenciamento ambiental. Depois de um acordo e de longas negociações com a oposição, a votação de parte desses vetos — mais de 60 no total — foi empurrada para uma próxima sessão do Congresso, na tentativa de construir um novo entendimento. Mesmo assim, cerca de metade dos vetos permanece na pauta e deve ser analisada ainda hoje, em uma sessão que já ocorre sob expectativa de derrota para o governo.

A bancada ruralista reafirmou que pretende derrubar os vetos que serão apreciados nesta quinta-feira. Com isso, o adiamento obtido pelo governo evita, por ora, uma derrota mais ampla, mas não garante vitória na rodada de votações que continua.

Durante a sessão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, criticou a articulação política do Executivo e afirmou que não é possível seguir adiando sucessivamente a análise de vetos. Segundo ele, ainda há 62 vetos pendentes, somando 830 itens que precisam ser deliberados. Alcolumbre disse que tem buscado diálogo para avançar na pauta, mas defendeu que os parlamentares votem “com consciência” diante da relevância do tema.

Essa é a segunda sinalização de descontentamento do senador com o governo nesta semana. Na terça-feira, Alcolumbre colocou em votação a proposta que concede aposentadoria integral e paridade a agentes de saúde — considerada uma “pauta-bomba” por aliados do Planalto. Ele reagiu às críticas e afirmou que não aceita a pecha. O presidente do Senado estaria irritado também com a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal, e o presidente Lula tenta conversar com ele ainda esta semana para amenizar o desgaste.