Fraude no INSS, pena de Bolsonaro e Haddad candidato: 5 recados de Lula durante encontro com jornalistas no Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma série de recados sobre temas que têm pressionado o governo neste fim de ano durante entrevista nesta quinta-feira no Palácio do Planalto. O encontro ocorreu horas após a PolÃcia Federal prender o número 2 do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, durante operação que apura suspeitas de fraude no INSS.
Questionado sobre a ação, Lula tentou desvincular seu governo de envolvimento no esquema. Em outro momento, também optou por baixar a temperatura do embate com o Congresso Nacional e jogou pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao dizer que gostaria de vê-lo como candidato na eleição do ano que vem.
Confira abaixo os recados de Lula:
Governo como responsável por investigações do INSS e disse que Lulinha pode ser investigado
Lula repetiu o discurso de que o governo tomou a iniciativa de abrir as investigações sobre fraude no INSS e defendeu investigações sobre todos os suspeitos de envolvimento no esquema.
— A decisão de apurar esse fato foi do governo e por que demorou? Demorou porque como a gente não quer fazer pirotecnia, a gente queria investigar com seriedade.
Para se precaver caso as revelações da relação de seu filho, Fábio LuÃs Lula da Silva, com o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS“, ganhem corpo, o presidente afirmou:
— É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas, todas as pessoas, ninguém ficará livre, se tiver filho meu metido nisso ele será investigado.
Sem acordo sobre dosimetria
O presidente descartou ter conhecimento do acordo feito pelo lÃder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), para facilitar o projeto de lei da dosimetria.
— Se houve acordo com o governo, eu não fui informado. Se o presidente não foi informado, não houve acordo. As pessoas que cometeram crime contra a democracia brasileira terão de pagar pelos atos cometidos contra o paÃs. Com todo o respeito que eu tenho pelo Congresso Nacional, quando chegar na minha mesa, eu vetarei. Isso não é segredo para ninguém.
Haddad candidato
Lula disse que gostaria de ver Haddad como candidato em 2026.
— Tem coisas que tem que ser construÃdas, vocês sabem da minha relação com Haddad, do apreço que tenho por ele. Haddad tem autonomia para decidir o que fazer. É impossÃvel você imaginar uma pessoa da envergadura do Haddad largando um ministério e voltando para casa.
Diálogo com o Congresso
O presidente falou sobre a relação com o Congresso e os presidentes da Câmara,Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em dois momentos da entrevista.
— Gosto pessoalmente do Alcolumbre, não há nada pessoal, tem nos ajudado a aprovar coisas, não há nenhuma crise com ele ou hugo Motta. Sou agradecido ao Congresso por ter aprovado tudo o que julgamos necessário por aprovar o que nos interessava. Se na polÃtica houve erros, cada um paga o preço, mas respeito muito as casas legislativas.
Antes já havia afirmado que Haddad tem diálogo.
— Acho que o Congresso Nacional nunca teve tanta reunião com ministros brasileiros, sobretudo com o ministro da Fazenda, como tem agora, para aprovar as coisas. E pasmem, para aqueles que acreditavam que as coisas não iam dar certo porque a extrema-direita tinha eleito muitos deputados e nós poucos deputados, pasmem, nós conseguimos aprovar 99% de tudo o que o governo mandou de interesse econômico para o Congresso Nacional.
Empenho para conter crise dos Correios
O presidente quis mostrar que há empenho do governo para conter a crise dos Correios, mas descartou a privatização da estatal.
— A direção tem que nos entregar os correios recuperados, não tenho interesse em ver os correios dando prejuÃzo, o povo brasileiro não tem que conviver com isso. Temos que colocar a mão na ferida e resolver esses problemas. Não tenho interesse em déficit. Enquanto eu for presidente não tem privatização.
