Flavio diz que caciques do Centrão colocaram dúvidas sobre sua capacidade eleitoral, mas diz que Bolsonaro considera candidatura irreversível
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que, em reunião com os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira (PI), na noite desta segunda-feira, os dirigentes partidários colocaram dúvidas sobre a capacidade de tração da sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. Ele argumentou, porém, que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçou nesta terça-feira que sua entrada na disputa eleitoral é irreversível.
O parlamentar negou mal-estar com aliados do Centrão, devido ao fato de o anúncio da sua pré-candidatura ter sido feito sem aviso prévio a essas lideranças políticas e reforçou que dependerá do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para que seu nome tenha sucesso nas urnas.
— Sobre a reunião de ontem, foi positiva. Minha relação com Ciro, Rueda e outros nomes é muito boa. Eles se preocuparam com o meu nome, com base em pesquisas, de eu não tracionar. Meu nome está tracionado. Reforcei a eles que minha candidatura é irreversível, apresentei novos números de pesquisas, e ouvi a mesma mensagem do meu pai, Jair Bolsonaro (PL), na visita de hoje: é um movimento irreversível — disse Flávio após visitar o pai, que está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília.
O senador disse que o projeto só irá à frente com a ajuda de dois aliados: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que era tido como favorito para representar Bolsonaro nas eleições do ano que vem, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com quem protagonizou embates públicos na última semana.
— Para mim, é mais do que importante termos um Tarcísio forte em São Paulo, estaremos mais juntos do que nunca nessa campanha. Dependemos um do outro. O meu pai pediu para agradecer, em seu nome e publicamente, às manifestações favoráveis dele. Conversei com a Michrele e preciso dela com o público feminino e evangélico. Não ficaremos desunidos. Meu pai está até mais disposto e sem soluços, ele ficou muito feliz ao saber que a nossa militância está em ebulição e agora tem um norte com o sobrenome Bolsonaro — afirmou.
Flávio disse ter se tratado de uma confusão, a fala do último domingo, quando disse que a retirada do seu nome do páreo tinha um preço. Na ocasião, o senador indicou que o preço a ser pago seria a aprovação da anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, o que livraria Jair Bolsonaro. O ex-presidente está preso em Brasília após ter sido condenado a 27 anos e três meses de prisão no processo da trama golpista.
— Foi um mal entendido. Eu quis dizer que meu preço era Jair Bolsonaro livre e nas urnas. Ou seja: não tem preço — retificou.
