Flávio Bolsonaro defende que retirada de sanções contra Moraes é um 'gesto americano pela anistia no Brasil'

 

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O senador e pré-candidato do PL à Presidência Flávio Bolsonaro (RJ) afirmou nesta sexta-feira que a retirada de sanções do governo americano ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), representa "um gesto gigantesco (dos Estados Unidos) pela anistia no Brasil".

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— É muito simples a leitura que eu faço com relação a retirada da Magnitsky sobre o Alexandre de Moraes: foi o governo Trump fazendo um gesto gigantesco pela anistia no Brasil. Ele fala de um passo inicial que está sendo dado. Lembrando que o projeto da dosimetria, que não é a anistia, está para ser votado no Senado Federal agora, na semana que vem, e há oportunidade de melhorar esse projeto — disse Flávio.

O senador também disse que "não há nenhuma dúvida que o passo seguinte do governo americano será retirar 100% das sobretaxas dos nossos produtos brasileiros que são exportados para lá".

— Então eu fiquei muito feliz com essa notícia. Esperamos que não existam vaidades, esperamos que exista responsabilidade, para que possamos resolver os nossos próprios problemas aqui no Brasil. E começar finalmente a retomar alguma normalidade institucional e democrática em nosso país.

Nesta sexta-feira, Moraes e sua esposa, Viviane Barci, foram retirados da lista de sancionados pela Lei Magnitsky.

Mais cedo, o governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente a retirada das sanções. O comunicado foi publicado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), do Departamento do Tesouro americano, sem detalhar as razões da decisão.

A medida ocorre em meio ao distensionamento das relações entre o governo de Donald Trump e a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil vinha defendendo o fim das sanções em conversas diretas entre Lula e Trump, além de tratativas do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

Moraes havia sido incluído na lista de sancionados em julho, no mesmo dia em que Trump formalizou a imposição de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras. À época, o governo americano citou como motivação a atuação do ministro na ação penal sobre a trama golpista, que resultou posteriormente na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Moraes era acusado pelo entorno de Trump de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Ele foi o primeiro brasileiro a ser sancionado diretamente com base na Lei Magnitsky, que impõe restrições econômicas com efeitos extraterritoriais, como o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo americano. Como reflexo da medida, Moraes teve cartões de crédito cancelados no Brasil. Em 22 de setembro, o governo americano anunciou também a inclusão de Viviane Barci de Moraes e da empresa Lex, ligada à esposa do ministro e aos três filhos do casal.