Flamengo tem talentos de Pedro e Arrascaeta como trunfos para tentar abrir vantagem contra 'carrasco' Racing

 

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O Flamengo está a dois jogos de voltar a uma final de Libertadores após três anos. Pela frente, terá um Racing que adotou a fama de carrasco de brasileiros e já o foi para o próprio rubro-negro em edições recentes do torneio. Entretanto, a boa notícia para a equipe de Filipe Luís é ter Arrascaeta e Pedro, seus dois principais protagonistas, vivendo o melhor momento na temporada. Eles carregam as esperanças de decidir a partida de ida da semifinal, a partir das 21h30 de hoje, em um Maracanã com projeção de receber 71 mil torcedores.

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O camisa 9 foi o nome das últimas duas partidas, vitórias contra Botafogo e Palmeiras pelo Brasileirão. Pedro deixou para atrás algumas falhas recentes e reencontrou a precisão, ao brilhar com dois gols e duas assistências, além de ter sofrido pênalti contra o alviverde. Agora, tem 15 bolas na rede e sete passes para gol no ano. O camisa 10 acompanhou com a genialidade rotineira, marcando uma vez e servindo dois gols para o centroavante. Ele segue sendo o artilheiro do Fla no ano: 20 gols e 15 assistências.

Durante grande parte da temporada, os questionamentos feitos a Filipe Luís giram em torno de escalar a dupla junta, algo que sacrifica a intensidade coletiva e a “marcação-pressão”. Este aspecto tático fez o treinador barrar Pedro e cobrá-lo publicamente em julho. Mas, neste momento em que os jogos ganham caráter decisivo, o diferencial está sendo o talento da dupla que soma 57 participações diretas em gols em 2025.

— Uma partida individual com nota artística, foi perfeito em todos os aspectos do jogo. Eu não sou o (Carlo) Ancelotti, mas, um jogador que já jogou uma Copa do Mundo, se credencia... — sugeriu Filipe após o jogo contra o Palmeiras quando questionado sobre uma convocação de Pedro.

Pedro fazendo o terceiro gol do Flamengo contra o Palmeiras

Gilvan de Souza/Flamengo

Da crítica à exaltação do comandante, é fato que os dois jogadores também vêm entregando no jogo sem a bola e comandando atuações coletivas completas. A intensidade do Flamengo nos duelos contra os últimos adversários aumenta a expectativa sobre o nível de concentração que o grupo apresentará hoje. Principalmente, porque vem deixando a desejar em mobilização nesta Libertadores, ainda mais como mandante.

Mobilização em casa

Dos cinco jogos no Maracanã, foram quatro vitórias sem grande brilho e derrota amarga para o modesto Central Córdoba na fase de grupos, que deixou lições.

— Jogar a Libertadores é sempre muito difícil. Cada jogo, adversário é diferente, plano de jogo... vão ser diferentes. Nunca mudou a aplicação e a atitude dos jogadores, a intensidade com que eles jogam. Nem sempre fazemos bons jogos e ganharemos, mas a intenção está ali. Então, espero que seja uma mesma atitude, intensidade e comprometimento. Vemos um grupo muito fechado em busca de um objetivo e é isso que eu quero ver deles — projetou Filipe Luís.

A classificação apertada contra o Estudiantes nas quartas de final, após disputa de pênaltis em La Plata, se desenhou porque o Flamengo desperdiçou diversas oportunidades de liquidar o confronto no Maracanã — vitória por 2 a 1. Pedro foi um dos nomes que perderam gols claros naquela noite, mas o problema é mais amplo. O melhor ataque do Brasileirão (56 gols) encontra dificuldades para reproduzir o desempenho na Libertadores, onde marcou apenas 11 gols em dez jogos.

Se não construir uma vantagem confortável hoje, a tendência é que o rubro-negro encare um problema muito maior em Avellaneda (Argentina), onde acontece o jogo de volta, na próxima quarta-feira. O Racing venceu apenas dois dos últimos cinco jogos na temporada, mas vive outra mobilização na Libertadores, com a expectativa de vencer o primeiro título desde 1967.

Léo Ortiz é dúvida para Flamengo x Racing

Gilvan de Souza/Flamengo

Além disso, acumula diversas eliminações recentes contra brasileiros. No título da Copa Sul-Americana do ano passado, tirou Athletico e Corinthians antes de ser campeão contra o Cruzeiro. Neste ano, conquistou a Recopa Sul-Americana contra o Botafogo e superou o Fortaleza na fase de grupos da Libertadores. E mesmo sem vencer o Flamengo desde 1992, eliminou-o nas oitavas do torneio em 2020 e foi líder do grupo que eles dividiram em 2023.

O treinador Gustavo Costas tem alguns desfalques, como o zagueiro Franco Pardo, considerado titular, o meia Alan Forneris e o atacante Elías Torres. Ao mesmo tempo, terá três retornos importantes: o lateral-esquerdo Gabriel Rojas e os meias Juan Nardoni e Santiago Sosa. o Racing terá o melhor à disposição e o apoio de 4 mil torcedores que chegam em 100 ônibus ao Brasil.

Para Filipe Luís, a dúvida é Léo Ortiz. O zagueiro teve um estiramento no ligamento do tornozelo direito no jogo contra o Palmeiras, mas se apresentou bem e treinou no campo na tarde de ontem, aumentando sua chance de ser relacionado e de o treinador repetir a escalação. Se não puder jogar, Danilo assume a vaga. Everton Cebolinha é a única baixa, com lesão no quadril.